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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Nossa querida Mário Campos.... Nossa História

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História


Origem do nome da cidade

Existem duas versões para a origem do topônimo Mário Campos.

A primeira versão, confirmada por poucos dos antigos moradores, afirma ter sido uma homenagem prestada a um engenheiro que trabalhou na Estrada de Ferro Central do Brasil.

A segunda versão, confirmada por muitos dos antigos moradores, garante que o topônimo teve origem na homenagem prestada ao médico Dr. Mário Campos, que, no início da década de 30, trabalhou na Fundação Estadual de Assistência aos Lázaros-FEAL, órgão que administrava os leprosários. Não há muito conhecimento sobre este Dr., a não ser que veio da cidade de Juiz de Fora para Belo Horizonte e que trabalhou como médico especialista em hanseníase e administrou o leprosário da Colônia Santa Isabel, no início de sua fundação.


Antiga Estação do Jacaré

Por volta de 1911 a 1918, iniciou-se a construção da estrada de ferro. Nesta época, aconteceram as primeiras desapropriações para dar passagem ao progresso, sendo que, na Reta do Jacaré foi derrubada uma casa para construir a Estrada de Ferro Central do Brasil. Foi construída a primeira parada de trens, naquele lugar, chamada de parada de Carlos Chagas.

A estação ferroviária do Jacaré foi inaugurada somente em 1923 e nos anos 1930 teve o nome alterado para o atual, Mário Campos. Entretanto, há guias que apontam Jacaré e Mário Campos como sendo duas paradas diferentes, distantes 2 km uma da outra.

Atualmente a estação encontra-se demolida[7], sobrou apenas uma velha plataforma e uma casa de turma. Só existe a plataforma e a base da estação, o estado da outra plataforma, a do antigo trem de subúrbio, é lamentavel. Este lugar em especial preserva características da década de 1950: à frente da estação ainda há um pequeno lago (conhecido como Lagoa do Campo Verde), integrante de uma praça, com várias árvores.


Preventório São Tarcísio

A construção deste complexo deu grande impulso às atividades econômicas de Mário Campos, atraindo novos moradores, favorecendo o comércio e o crescimento da região.

O preventório são Tarcisio foi construída entre 1930 e 1934, sendo constituído de um prédio central e vários pavilhões para abrigar crianças e adolescentes, filhos do hansenianos da Colônia Santa Isabel. Havia na entidade, uma organização bem gerenciada, no início por religiosos (irmãs). A arquitetura de seus prédios é muito bonita e foi, por muitos anos, o cartão postal de Mário Campos. Os prédios eram bem cuidados e a região era arborizada e cheia de jardins, em frente ao prédio central, havia dois lagos.

Nos terrenos do Preventório São Tarcísio, os empregados, juntamente com os internos mais velhos, plantavam milho, arroz, feijão, mandioca e hortaliças para o consumo. Eles mantinham também uma olaria (fábrica de tijolos).

As moças do Preventório faziam trabalhos manuais de artesanato para revender, como: tapetes, cochas bordadas, crochê e peças de roupas confeccionadas também nas oficinas do internato.

Muitos moradores de Mário Campos e mesmo de outras localizações foram batizados e se casaram na Capela do Preventório São Tarcísio.

Havia também um padre que celebrava missas na capela do Preventório e que morava em uma casa situada naquele condomínio. O último padre foi o Monsenhor Júlio Barbosa.

Apesar da organização manter um regime disciplinar muito rígido, os internos e as irmãs organizavam festa no mês de maio e feira interna para expor e vender seus produtos de artesanato.

Havia, no condomínio, um local chamado sala de visita, onde os pais podiam ver seus filhos de longe e separado por grades.

O Preventório teve sua clientela diminuída após 1970, época em que foi descoberta a vacina que paralisava a doença. Daí por diante, os filhos não precisavam mais ser afastados dos pais, porque a vacina eliminava o risco de contaminação.

Em outubro de 1973, juntando - se às várias crises econômicas por que o estado passava para manter entidades filantrópicas e os desentendimentos ocorridos na administração, aconteceu a desativação do Preventório e os internos foram transferidos para a casa dos meninos, no bairro Pindorama, em Belo Horizonte. Outros foram morar com os pais, na Colônia Santa Isabel.

A partir de 1991, começou a ser demolido por moradores de Mário Campos, que tiraram o material para reaproveitar em suas construções. Do Preventório São Tarcísio só resta ainda à casa do padre que fica próxima à Avenida Floresta e à lagoa. O restante foi todo ocupado pelos moradores do bairro Campo Verde.


Casarão Sampaio

O casarão Sampaio foi o mais antigo dos armazéns da região de Mário Campos. Foi construído no final da década de 30 e inaugurado em 1940, pelo Sr. Manoel Sampaio, especificamente para ser um grande comércio em Mário Campos. Havia naquela época uma demanda significativa de vendas para a Colônia Santa Isabel (leprosário que se localiza a 5 km de distância do casarão).

A construção era imponente e arrojada para o local na época. Seu estilo e arquitetura tinham detalhes que acompanhava o traçado linear das portas, janelas e quinas de paredes. É interessante lembrar que as paredes do armazém sempre foram pintadas da cor rosa com tarja azul e as portas e janelas eram da cor vermelha por fora e por dentro amarela.

Antes da construção do armazém, no mesmo local, houve uma pequena venda que pertencia ao Sr. Antônio Faria. Como o lugar estava crescendo com o movimento da Colônia Santa Isabel, dos trabalhadores do Preventório São Tarcísio e da rede ferroviária, as pequenas vendinhas já não eram suficientes para atender a clientela. Na mesma época, havia também o armazém do Sr. Antônio Gonçalves Penido, do lado debaixo da linha e do Sr. Cornélio José Campos.

O armazém Sampaio, entre os três, era o que mais se destacava pela qualidade e quantidade de estoque. Outro detalhe que o tornava mais em evidência era a sua localização. Situado no eixo de três saídas do povoado para Brumadinho, Betim e Belo Horizonte.

O proprietário do imóvel foi sempre o Sr. Sampaio. O fundo da venda é que foi arrendado para Esmeraldo Andrade, João de Carvalho Silva, Antônio Carvalho Silva e, por último, para os filhos do Sr. João. É importante observar que todos os proprietários vendiam a prazo com anotações em cadernetas.

Os sócios do armazém eram pessoas de relações com a comunidade. Exerciam o papel de farmacêuticos, conselheiros, juízes, corretores de imóveis e outros. O imóvel e o terreno foram confiscados pela prefeitura do município de Ibirité, como pagamento de impostos atrasados, no ano de 1984. Atualmente é um patrimônio histórico cultural pertencente ao município de Mário Campos e funciona como biblioteca e acervo cultural público.


Emancipação

Mário Campos foi elevada à condição de distrito pela lei nº. 8.285, de 08 de outubro de 1982, mas a instalação do distrito somente aconteceu no dia 05 de maio de 1985. Nesta época é que foi instalado o primeiro cartório de registro e notas de Mário Campos.

A primeira tentativa de emancipação para município foi em 1991, junto com o distrito de Sarzedo. Porém, na apuração dos votos não foi aprovada a emancipação do distrito de Mário Campos. Passados três anos a Assembléia Legislativa do estado reabriu a oportunidade para criação de novos municípios, assim que foi publicada a Lei Complementar nº. 037/95, estabelecendo os critérios para emancipação, iniciaram-se os movimentos. Um grupo de pessoas mobilizou todas as comunidades do distrito, promovendo reuniões para esclarecer a população sobre os benefícios de uma possível emancipação.

Em 23 de Janeiro de 1995, foi constituída uma comissão para acompanhar e elaborar o progresso de emancipação do município. A campanha emancipacionista contou com a participação e colaboração de comerciantes, granjeiros, horticultores, sitiantes, professores, alunos, igrejas, grupos de jovem, Sociedade Vicentina, bem como da Prefeitura e Câmara Municipal de Ibirité e o apoio dos deputados Diniz Pinheiro e Ivaí Nogueira.

Foram realizadas 27 reuniões com as comunidades, sendo que, alguns jornais da época divulgaram matérias redigidas por moradores de Mário Campos.

Foi criada uma logomarca da emancipação e distribuída para todos moradores. Esta trazia no centro uma pequena planta desabrochando, simbolizando o nascimento da cidade, guarnecida por um triângulo de três barras que não se fechavam (sobre o triângulo circunda a metade de um sol que lembra a fecundidade e simboliza justiça para todas), mas se alargavam em forma de largada para a direita, sendo que estas barras possuiam três cores: verde (simbolizando a esperança e fé em um futuro melhor), vermelho (simbolizando a coragem para a luta de emancipar e enfrentar os efeitos da mudança) e o amarelo (simbolizando a busca do progresso). A inscrição “Emancipação do Distrito – Tudo por Mário Campos” sugeria que a sorte estava lançada e que tudo seria feito para ter Mário Campos livre.

A eleição foi plebiscitária e aconteceu em um domingo no dia 22 de outubro de 1995. Na época, o distrito contava apenas com 3.381 eleitores, sendo que, mais de 50% dos eleitores compareceram às urnas para votar. Na cédula para votação o eleitor foi questionado: “Você concorda com a emancipação desse distrito”? A apuração dos votos foi realizada no mesmo dia, na CEPE de Ibirité, sendo apurados 1.791 votos "sim" contra 142 votos "não" para a emancipação.

Durante a noite do dia 22 de outubro foi realizada uma carreata passando pelo novo município, tendo início no Tangará e Bom Jardim e fim no Fecho do Funil.


Lei de criação do município

Oficialmente o município de Mário Campos foi emancipado pela Lei nº. 12.030, assinada em 21 de dezembro de 1995, pelo Deputado Estadual Agostinho Patrus - Presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Na época, era o Presidente da Assembléia quem respondia pelo governo de estado, uma vez que o governador e o vice estavam viajando para o exterior. No dia 21 de dezembro é comemorado o aniversário da cidade.

Como a Lei Complementar nº. 037/95 previa que o município emancipado continuaria sendo administrado pelo município remanescente até a posse do prefeito e vereadores, Mário Campos continuou pertencendo a Ibirité até 31/12/1996.


Promulgação da Lei Orgânica

A Lei Orgânica do município foi promulgada no dia 21 de dezembro de 1998. O texto da lei foi elaborado pelas Comissões temáticas em reuniões extraordinárias da Câmara Municipal. O espaço dos debates foi aberto à participação popular para apreciação e apresentação de emendas.

A Lei Orgânica é uma norma básica do município. Ela disciplina o funcionamento da Prefeitura e da Câmara Municipal, bem como os direitos e deveres do cidadão.


Fonte de Água Mineral

Nos anos 60, ainda quando Mário Campos era considerada uma Zona Rural do Distrito de Sarzedo, o topógrafo Edmundo de Melo Franco que implantava um projeto de linha de distribuição de energia elétrica notou a ocorrência de uma excepcional nascente de água que chamou sua atenção.

Em 10 de abril de 1968 ele adquiriu a área onde se localizava a nascente. Durante 27 anos, até janeiro de 1995, quando faleceu aos 80 anos, o Sô Edmundo, como era chamado, realizou uma obra impar de preservação da fonte: construiu mais de 15 Km de estradas , quatro represas, ergueu benfeitorias e piscinas de água mineral, garantindo a preservação da fonte para as futuras gerações.

Em junho de 1984 foi apresentado o projeto de lavra, que previa o engarrafamento da água para comercialização e a utilização da área para o turismo, com a criação de uma Estância Hidro Mineral.[8]



Hidrografia

Mário Campos tem suas nascentes no limiar das serras, vários córregos, destacando-se mais os córregos Lambari, Corredor, Campo Belo, Capão ou córrego do Quilombo e córrego do Barreiro, no Funil. Todos esses córregos deságuam no Rio Paraopeba, sendo que ao norte o Ribeirão Mário Campos, segmento do Ribeirão Sarzedo, recebe os córregos afluentes e deságua também no Rio Paraopeba, que é o maior rio do município.

Todo o Vale do Paraopeba apresenta um imenso potencial de crescimento urbano, caracterizada pela projeção de lavras do minério de ferro e pelo crescimento das atividades agropecuárias. Porém, em alguns trechos do rio, suas margens estão avolumados pelo lixo acumulado e por resíduos do assoreamento feito pela drenagem que explora o cascalho. Também poluem as águas o excesso que sobra de agrotóxico das hortas que retornam ao rio pelas enxurradas ou afluentes e a vazão de esgoto sanitário direta ou indiretamente, no rio, de várias cidades da Bacia Paraopeba.

Turismo


As enchentes

Entre os dias 10 a 30 de dezembro de 2008 ocorreram enchentes nos municípios de Mário Campos (principalmente no bairro Campo Verde) e afetou também o municipio de Brumadinho, a cidade de Betim, na localidade dos bairros Citrolândia e Colônia Sta. Izabel tornando praticamente impossível chegar em Brumadinho pela rodovia e dificultando o acesso a Betim.

No municipio de Mário Campos não houve casos fatais, mas o prejuízo relacionado a bens materias tal como móveis afetaram muitas famílias, só as árvores mais altas ficaram fora d´água; as casas foram quase encobertas pela água. Para chegar a essa altura, o Rio Paraopeba avançou cem metros das margens.[9]


Mário Campos está incluída no Circuito Veredas do Paraopeba, que compreende uma região mineira cercada de montanhas, com muitos vales e rios e água abundante. É ideal para quem gosta do campo, de praticar esportes ligados à natureza ou simplesmente de contemplá-la. Um atrativo especial para os belo-horizontinos devido à proximidade com a capital mineira.

Os pontos turísticos da topografia do município referem-se aos recursos hídricos, sendo os principais: Rio Paraopeba, a vegetação, as matas ciliares, as serras, a fonte de água mineral e o cinturão verde que circunda o município.

Mário Campos é declarada uma estância hidromineral desde 1998, onde se encontra a fonte de água mineral com maior vazão espontânea por metros cúbicos do mundo (aproximadamente 11.000.000 de litros por hora).

O turista tem como opções de hospedagem o Hotel Fazenda Recanto Santo Agostinho (com 300 mil metros de área verde, sendo 260 mil de área de preservação ambiental), o Clube e Pousada Recanto da Mata, a Pousada Villa da Serra e o Solar Maria Carolina.


Referências

  1. a b Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
  2. IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 5 dez. 2010.
  3. a b Censo Populacional 2010. Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Página visitada em 11 de dezembro de 2010.
  4. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
  5. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 11 dez. 2010.
  6. PROJETO EXPERIMENTAL: plano de comunicação desenvolvido para a empresa Gellosa.. Página visitada em 04 dez. 2010.
  7. RALPH MENNUCCI GIESBRECHT. E. F. Central do Brasil (1923-1975). Página visitada em 01 de agosto de 2010.
  8. EMF MINERAÇÃO. Título não preenchido, favor adicionar. Página visitada em 01 de agosto de 2010.
  9. GLOBO.COM. Água começa a baixar em 70 cidades mineiras. Página visitada em 01 de agosto de 2010
  10. www.ferias.tur.br/fotos/3385/mario-campos-mg. www.ongprojetocidam.org.br

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