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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Mário Campos - História Completa - Hino Municipal

O COMEÇO DE NOSSA HISTÓRIA

Emancipação política

Mário Campos foi elevada à condição de distrito pela lei nº. 8.285, de 08 de outubro de 1982, mas a instalação do distrito somente aconteceu no dia 05 de maio de 1985.

Nesta época é que foi instalado o primeiro cartório de registro e notas de Mário Campos, sendo tabelião oficial o Sr. Júlio César Ferreira.

A primeira tentativa de emancipação para município foi em 1991, junto com o distrito de Sarzedo. Embora tenha sido um processoemancipacionista que mobilizou bastante os dois distritos, na apuração dos votos não foi aprovada a emancipação do distrito de Mário Campos.

Após três anos a Assembléia Legislativa do estado abriu novamente a oportunidade para criação de novos municípios.

Assim que foi publicada a Lei Complementar nº. 037/95, estabelecendo os critérios para emancipação, iniciaram-se os movimentos. Um grupo de pessoas mobilizou todas as comunidades do distrito, promovendo reuniões para esclarecer a população sobre os benefícios que todos teriam com a criação do novo município.

Em reunião realizada em 23 de Janeiro de 1995, foi constituída uma comissão para acompanhar e elaborar o progresso de emancipação do município.

Fizeram parte da comissão emancipadora:

- Ronaldo Flausino da Silva - Presidente

- Dr. José de Fátima Campos - Vice-Presidente

- Maria Efigênia Nogueira Braga – Secretária

- Esmar Geraldo Amaral - Suplente do Secretário

- Alberto Agostinho Cândido – Tesoureiro

- Armando Antônio do Prado – Suplente de Tesoureiro

- Júlio César Ferreira – Relator

A campanha emancipacionista contou com a participação e colaboração de todos os segmentos da comunidade, como os comerciantes, granjeiros, horticultores, sitiantes, professores, alunos, igrejas, grupos de jovem, Sociedade Vicentina, bem como da Prefeitura e Câmara Municipal de Ibirité e o apoio dos deputados Diniz Pinheiro e Ivaí Nogueira.

Foram realizadas 27 reuniões com as comunidades. Vários jornais da época divulgaram matérias redigidas por moradores de Mário Campos.

Foi criada logomarca da emancipação e distribuída para todos moradores. A logomarca trazia no centro uma pequena planta desabrochando, simbolizando o nascimento da cidade, guarnecida por um triângulo de três barras que não se fechavam, mas se alargavam em forma de largada para a direita.

As barras simbolizam:

Verde - a esperança e fé em um futuro melhor;

Vermelho - a coragem para a luta de emancipar e enfrentar os efeitos da mudança;

Amarelo - busca do progresso.

Sobre o triângulo circunda a metade de um sol que lembra a fecundidade e simboliza justiça para todas.

A inscrição “Emancipação do Distrito – Tudo por Mário Campos” sugeria que a sorte estava lançada e que tudo seria feito para ter Mário Campos livre.

Carta aberta à população do distrito de Mário Campos

Finalmente, o povo de Mário Campos/Bom Jardim/Funil mobilizou-se para a realização do sonho de outros, passando a buscar com os pés no chão o firme ideal de emancipar.

Emancipar e separar-se do antigo município, para formar um novo município tornando-se independente. O novo município vai constituir-se do atual distrito de Mário Campos, que abrange a região de Bom Jardim, Tangará, Lambari, Campo Belo, Grota, vila da Serra, o centro de Mário Campos e seus Barrios.

Por que emancipar?

Ser livre é de todos!

Tanto é verdade que a Lei Complementar nº. 037/95 estabeleceu os critérios para todos os distritos que querem emancipar. Mário Campos, Bom Jardim e Funil preenchem todos os requisitos.

Vamos demonstrar nossa vontade através de uma opinião bem formada, preparando-nos para votar na eleição do Plebiscito, que será o próximo passo para emancipar.

O plebiscito é uma consulta oficial feita ao povo por meio da eleição para aprovar ou não a emancipação.

Não podemos ficar neutros (de fora) neste momento histórico de nossas vidas. Cabe a cada um de nós participar ativamente das reuniões regionais que irão acontecer a partir deste mês, em cada bairro ou lugarejo para discussão do processo.

Existe uma comissão que foi responsável pelo encaminhamento do processo à Assembléia, mas, agora, a responsabilidade pela emancipação é de todos nós, moradores da região de Mário Campos, Bom Jardim e Funil.

O convite a partir é aberto para toda a população.Não fique quieto no seu canto,esperando as coisas acontecerem...

Venha e participe!

Dê sua opinião e tire suas dúvidas. Não importa se é contra ou a favor da emancipação, o mais importante é saber o porquê do não ou do SIM.

Saiba que sua participação é definitivamente a melhor contribuição na condução desse processo histórico de nossa terra.

Parábola da Emancipação

Por que você vai dizer “não” à emancipação?

- É porque você tem medo do desafio de ajudar Mário Campos e região a crescer?

- Ou porque é mais fácil cruzar os braços e criticar quem está no comando?

- Quem sabe é porque Mário Campos, tornando-se cidade, pode aumentar a chance de trabalho para nossos jovens?

- Ou então é porque poderemos ter uma delegacia em nossa cidade, um delegado vai impor mais respeito e assim diminuirá a violência e os perigos para todos nós!

- Talvez pela área de saúde, que será mais assistida e poderá atender mais e melhor?

- Ah! Você deve ter medo é de poder escolher um prefeito entre pessoas que você realmente conheça, das quais você sabia a história!

Pois se é assim, é melhor pensar mais pouco... Vamos abrir os olhos! Agora é o momento! É nossa chance de mostrar que temos coragem de lutar, que não temos medo de tentar fazer desse lugar uma cidade de se viver.

Nós podemos! Acreditam! Cidades com potencial menor que o nosso já conseguiram grandes feitos! Uma prefeitura bem dirigida pode fazer coisas muito boas. Pode ser a chance de não vermos crianças nas ruas, pedindo, como já vemos hoje. Se o povo se une, muita coisa pode ser feita, e aí faremos para nós mesmos, para nossa cidade, para nossos filhos!

Não tenha medo de buscar mudanças e não tenha dúvida, a grande chance de mudar é agora! A chance é você não se esconder, nãose omitir; comparecer às urnas e marcar o SIM. Desta forma, você estará acendendo uma luz no túnel escuro. Nascerá um novo MÁRIO CAMPOS! Será como uma criança que nasce pequenina, mas se for bem cuidada e assistida, certamente crescerá rapidamente e dará muitas alegrias!

Não aborte essa idéia!

A nossa criança há de nascer! Seremos uma grande família e faremos de Mário Campos uma “GRANDE CIDADE”!...

Rap da emancipação

Liberdade já!

Viemos aqui

Pra criar um movimento

Pra acabar com um absurdo

Que já tem há muito tempo

Todo dia eu ando

E passeio pelas ruas

E abro os olhos

A essa verdade nua e crua

As ruas meu bairro

Parece um absurdo

Buraco a todo lado

E esgoto imundo

Não temos atenção

Somos excluídos

A toda sociedade

Que me dêem ouvidos

Isso é uma falta

Falta de revolução

Para nossa liberdade, nossa emancipação

Refrão

O que podemos fazer para esta questão?

-A única saída:

-Nossa emancipação

liberdade

chega de nos alienar

emancipação

todo povo tem seu lugar

Batida

Estamos a cada dia

Indo mais pro buraco

Precisamos de união

Ponha a mão na cabeça

e outra no coração

Se junte ao movimento

e chegar de discriminação (exclusão)

A culpa é dos grandes

Que comandam a nação

Dizendo não à liberdade

Escravizam o povão

Se afundam num buraco

Nos agarram pelos braços

Para a mesma direção,

Faço a você

Só um pedido

Escute a nossa força

Nos dê ouvido

Para quem sabe viver

Se não quer sofrer

Venha ao nosso movimento

Que não vou te esquecer
Fazer a união

Para a emancipação

Chega de sofrer

Chega de escravidão

Chega de discriminação

Vai vai vai vai vai vai vai

1 2 3 é hora de libertar

emancipação, emancipação

emancipação, emancipação

emancipação

para nossa liberdade falta pouco

um pouco

mais

de esforço

mais um pouco de união

mais um pouco de união

mais é a emancipação

Emancipação já!

Emancipação já!

Liberdade já!

Refrão

Autor: Cleber de Souza Campos(Binho)

A conquista da emancipação

A eleição foi plebiscitária e aconteceu no dia 22 de outubro de 1995. Era domingo e a cidade foi toda mobilizada e envolvida no processo de eleição.

Na época, o distrito contava apenas com 3.381 eleitores.

Compareceram às urnas para votar mais da metade dos eleitores. Na cédula para votação o eleitor foi questionado: “Você concorda com a emancipação desse distrito”?

A apuração dos votos foi realizada no mesmo dia, na CEPE de Ibirité. Foram apurados 1.791 votos sim contra 142 votos não para a emancipação.

Ainda naquela noite, de 22 de outubro, foi realizada uma carreata, passando pelo novo município que acabara de nascer, com a vontade oficial de um povo que acreditava e estava disposto a lutar pelo desenvolvimento de Mário Campos. A carreata iniciou-se no Tangará e Bom Jardim e foi até o Fecho do Funil.

Na praça da igreja, estava uma multidão de pessoas que aguardavam o resultado da eleição. Em cada rosto via-se uma expressão de alegria sincera pela vitória que afinal era de todos.

Lei de criação do município.

Oficialmente o município de Mário Campos foi emancipação pela Lei nº. 12.030, assinada em 21 de dezembro de 1995, pelo Deputado Estadual Agostinho Patrus - Presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Na época, era o Presidente da Assembléia quem respondia pelo governo de estado, uma vez que o governador e o vice estavam viajando para o exterior. No dia 21 de dezembro é comemorado o aniversário da cidade.

Como a Lei Complementar nº. 037/95 previa que o município emancipado continuaria sendo administrado pelo município remanescente até a posse do prefeito e vereadores, Mário Campos continuou pertencendo a Ibirité até 31/12/96.

A primeira gestão administrativa

Nas eleições gerais de outubro de 1996, concorreram ao cargo de prefeito e vice, respectivamente: Alberto Agostinho Cândido e Wallace de Souza Maia, Ronaldo Flausino da Silva e Jonas Vicente Pinto e 38 candidatos a vereadores.

Foram eleitos:

Prefeito: Alberto Agostinho Cândido

Vice-Prefeito: Wallace de Souza Maia

Vereadores

Ednéia Conceição Campos

Rubens Alexandre Antunes Ferreira

Helvécio Vicente da Costa

Pedro do Prado

Roney Ferreira da Rocha

Alberto Geraldo Damasceno

Toríbio Moreira Campos

Eckton Carlos de Oliveira

Alípio Martins Neto

Presidência da Câmara

No biênio 97/98, a mesa diretora da Câmara foi composta por:

Roney Ferreira da Rocha - Presidente

Alberto Geraldo Damasceno - Vice-Presidente

Pedro do Prado - Secretário

Helvécio Vicente da Costa – Tesoureiro

Biênio 99/2000:

Alberto Geraldo Damasceno – Presidente

Pedro do Prado – Vice – Presidente

Roney Ferreira da Rocha – Secretário

Helvécio Vicente da Costa – Tesoureiro

Promulgação da Lei Orgânica

A Lei Orgânica do município foi promulgada no dia 21 de dezembro de 1998. O texto da lei foi elaborado pelas Comissões temáticas em reuniões extraordinárias da Câmara Municipal. O espaço dos debates foi aberto à participação popular para apreciação e apresentação de emendas.

Ao promulga finalmente a Lei Orgânica do município, os vereadores sentiram-se honrados pelo cumprimento do dever, sentimento que os tornam mais dignos da responsabilidade que lhes foi confiada.

A Lei Orgânica é uma norma básica do município. Ela disciplina o funcionamento da Prefeitura e da Câmara Municipal, bem como os direitos e deveres do cidadão.

Todo cidadão deve conhecer bem a lei máxima de seu município.

Origem Toponímica

Existem duas versões para a origem do topônimo Mário Campos. A primeira confirmada por poucos dos antigos moradores, afirma ter sido uma homenagem prestada a um engenheiro que trabalhou na Estrada de Ferro Central do Brasil. A segunda versão, confirmada por muitos dos antigos moradores, garante que o topônimo teve origem na homenagem prestada ao médico Dr. Mário Campos, que, no início da década de 30, trabalhou na Fundação Estadual de Assistência aos Lázaros-FEAL, órgão que administrava os leprosários.

Não existem maiores informação até o momento sobre este senhor, a não ser que veio da cidade de Juiz de Fora para Belo Horizonte. Trabalhou como médico especialista em hanseníase e administrou o leprosário da Colônia Santa Isabel, no início de sua fundação.

Outro nome do antigo povoado

O povoado de Mário Campos surgiu com a exploração do ouro. Para a extração do ouro a terra era lavrada, daí seu primeiro nome ter sido povoado de Lavras.

O segundo nome veio com a construção da estrada de ferro, por volta de 1911 a 1918. Nesta época, aconteceram as primeiras desapropriações para dar passagem ao progresso. Na Reta do Jacaré, foi derrubada uma casa para construir a Estrada de Ferro Central do Brasil. Foi construída a primeira parada de trens, naquele lugar, chamada de parada de Carlos Chagas.

Origem do povoado

O povoado teve origem nas grandes fazendas. Todas as terras pertenceram, antes de1900, a três fazendas.

Fazenda do Jacaré

Esta primeira fazenda pertencia ao Senhor Belmiro do Prado e dona Júlia, que foram os patriarcas da família Prado. Eles eram donos de muitas terras que abrangiam Mário Campos, bandeirinha e divisava com São Joaquim de Bicas.

Seus filhos, os herdeiros das terras foram estabelecendo outras fazendas, como a “Fazenda do Mota” onde hoje é Colônia Santa Izabel.

A Fazenda Jacaré produzia milho, feijão, arroz, etc. Foi na Fazenda Jacaré, em1910, que surgiu a primeira Escola Particular da região. O professor era Lucas Evangelista do Prado, filho do proprietário, Sr. Belmiro.

Fazenda dos Quilombos

Supõe-se, pelas várias versões de estórias cantadas pelos antepassados, que a Fazenda dos Quilombos fora construída pelos escravos que fugiam da primeira fazenda e que se deram bem com o proprietário, o Sr. João José do Prado, filho de Sr. Belmiro. Nesta segunda fazenda, eles já não eram mais tratados como escravos e sim como empregados. A fazenda produzia cachaça, rapadura e farinha de mandioca.

Fazenda Capão

De propriedade do Sr. Domingos José Campos abrangia todas as terras da vila da Serra e chegava até nas encostas do Tangará e Bom Jardim.

Destacava-se mais na criação de gado leiteiro. Havia também outras pequenas fazendas que cultivaram mais uma agricultura de subsistência.

Primeiras famílias

Consta que as primeiras famílias foram: Campos, Prado, Faria e Macedo.

Das quatro famílias, as que criaram raízes e que mais permaneceram foram os Prado e os Campos.

O processo de fragmentação da terra se deu inicialmente pela divisão das fazendas entre os herdeiros e, posteriormente, por loteamentos.

O primeiro loteamento data de 1934, feito pelo Sr. Jordano Souza Pinto e vendido para pessoas de fora.

Comércio

Toda a produção da época era levada para ser comercializada em Belo Horizonte. O transporte era feito em tropas, através das trilhas, estradas e, mais tarde, nos trens de ferro da Central do Brasil. Os tropeiros viajavam vários dias para chegar em Belo Horizonte. Eles levavam, nas tropas, milho, feijão, fubá, rapadura, cachaça, farinha de mandioca, polvilho e outros.

De volta para casa, traziam iguarias que não existiam nas propriedades.

Estrada de Rodagem

A estrada de rodagem, atual MG 040, foi construída entre 1928 e 1930, pelo Departamento de Estradas de Rodagem - DER. Em 1983, foi asfaltada até a cidade de Brumadinho.

Fecho do Funil

As terras do Fecho do Funil pertenceram inicialmente á família do “Nestor Velho”. Após sua morte, os filhos venderam suas partes para outras famílias, que fixaram suas moradias nos pequenos sítios e assim foram transformando nas raízes geradoras do lugar. São elas: família João Rosa, Francisco Cândido Gomes, Augusto Mariano, Antônio Bleme, Herculano Maia, Domingos Gomes Lobato e Francisco do Prado. Ainda hoje, no Fecho do Funil, muitos proprietários são herdeiros da geração das primeiras famílias.

A produção agrícola do funil era a mesma de Mário Campos naquela época, com destaque apenas para a cachaça que era a melhor na década de 50, chamada “Primor”.

Bom Jardim

O povoado de Bom Jardim foi sempre uma região predominantemente agrícola. Suas terras já produziam muito arroz, milho, feijão, amendoim, mandioca e pequi (plantas nativas da região).

Por volta de 1950, veio para Bom Jardim um grupo de japoneses que administraram novas técnicas de cultura e diversificaram a produção local.

As famílias do Sr. Okano e do Sr. Suzuki alugavam as terras dos proprietários e, em pouco tempo, mudavam a paisagem de agriculturacerealista para imensos jardins floridos.

Bom Jardim se destacou por muito tempo na produção de flores, especialmente de rosas.

A vinda dos japoneses contribuiu para o aumento da população. Arrebanhou pessoas para o trabalho e, conseqüentemente houve expansão da ocupação demográfica, antes constituída quase só dos parentes entre si.

Ainda na fase do plantio das flores veio a industrialização das granjas e das hortas. As hortaliças cultivadas em grande escala, aproveitando a riqueza do solo e o grande manancial de água, colocaram Bom Jardim em posição de destaque.

O município de Ibirité foi destaque no “Cinturão Verde” de Minas Gerais, pela grande produção de alface em Bom Jardim, sendo maior produtor da folhosa na região metropolitana.

A principal atividade ocupacional da região foi e ainda é a hortifrutigranjeira.

Preventório São Tarcísio

O preventório são Tarcisio foi construída entre 1930 e 1934. Eram constituído de um prédio central e vários pavilhões para abrigar crianças e adolescentes, filhos do hansenianos da Colônia Santa Isabel.

A construção deste complexo deu grande impulso às atividades econômicas de Mário Campos, atraindo novos moradores, favorecendo o comércio e o crescimento da região.

havia na entidade, uma organização bem gerenciada, no início por religiosos (irmãs). A arquitetura de seus prédios é muito bonita e foi, por muitos anos, o cartão postal de Mário Campos.

Os prédios eram bem cuidados e a região era arborizada e cheia de jardins. Em frente ao prédio central, havia dois lagos.

Nos terrenos do Preventório São Tarcísio, os empregados, juntamente com os internos mais velhos, plantavam milho, arroz, feijão, mandioca e hortaliças para o consumo. Eles mantinham também uma olaria (fábrica de tijolos).

As moças do Preventório faziam trabalhos manuais de artesanato para revender, como: tapetes, cochas bordadas, crochê e peças de roupas confeccionadas também nas oficinas do internato.

Havia também um padre que celebrava missas na capela do Preventório e que morava em uma casa situada naquele condomínio. O último padre foi o Monsenhor Júlio Barbosa. Muitos moradores de Mário Campos e mesmo de outras localizações foram batizados e se casaram na Capela do Preventório São Tarcísio.

Apesar da organização manter um regime disciplinar muito rígido, os internos e as irmãs organizavam festa no mês de maio e feira interna para expor e vender seus produtos de artesanato.

Havia, no condomínio, um local chamado sala de visita, onde os pais podiam ver seus filhos de longe e separado por grades.

O Preventório teve sua clientela diminuída após1970, época em que foi descoberta a vacina que paralisava a doença. Daí por diante, os filhos não precisavam mais ser afastados dos pais, porque a vacina eliminava o risco de contaminação.

Em outubro de 1973, juntando - se às várias crises econômicas por que o estado passava para manter entidades filantrópicas e os desentendimentos ocorridos na administração, aconteceu a desativação do Preventório e os internos foram transferidos para a casa dos meninos, no bairro Pindorama, em Belo Horizonte. Outros foram morar com os pais, na Colônia Santa Isabel.

Quem administrava o Preventório na época da desativação, era a Sra. Eunice. O prédio ficou fechado e abandonado por quase vinte anos. Foi alugado para algumas empresas, coma a Construtora Tratex e a Engesolo, para acampamento dos trabalhadores, entre 1986e1990.

A partir de 1991, começou a ser demolido por moradores de Mário Campos, que tiraram o material para reaproveitar em suas construções.

Do Preventório São Tarcísio só resta ainda à casa do padre que fica próxima à Avenida Floresta e à lagoa. O restante foi todo ocupado pelos moradores do bairro Campo Verde.

CIVISMO

Brasão

Desde a idade média, toda a comunidade organizada possuía um símbolo, com o qual o povo se identificava, amava e respeitava. Era apesar de não cientificamente catalogava, um “Espírito Cívico”, que surgia nos membros desta sociedade, lembrando a cada um a bravura, união e conquista de seu povo.

Em Mário Campos, não é diferente, nosso povo tem orgulho de sua terra. É uma cidade jovem, portanto sem uma tradição centenária, mas com um espírito de luta sem igual, no que diz respeito a trabalho, união e solidariedade.

Foi pensando nessas qualidades do povo, na terá fértil e promissora, que se criou este brasão que exprime as características de nosso município.

Descrição heráldica

O escudo foi concebido nas cores verde, azul, marrom, amarelo e branco. Encimada sobre ele a coroa.

O azul expressa a riqueza hidromineral. O verde representa a produção hortifrutigranjeira, predominante em quase todo o município.
O marrom representa as jazidas de minérios das serras, que fazem parte do complexo da Serra do Curral.

O branco é a expressão da paz e da convivência harmônica de nossa gente.

O amarelo é o símbolo do ouro, que marcou o início do povoado e nos transporta ao futuro, na certeza de sempre progredir.

Simbologia

Coroa de cinco pontas - é símbolo da categoria da cidade.

Faixa superior - contém o ano de criação do distrito: 1985, nome do município e ano de emancipação, 1995.

Serra dos Três Irmãos - ponto mais alto da região, vista em quase todo o território e lembra nossos recursos minerais.

Trator preparando a terra - prestigia o trabalhador mário-campense em todas as profissões e atividades.

Faixa transversal azul – simboliza o Rio Paraopeba e seus pequenos a afluentes que banha a cidade, e que, nascido de uma imensa riqueza hidromineral, dão sustentação à nossa agricultura.

Símbolo da Justiça – caracteriza a esperança de nosso povo pela justiça e igualdade econômica e social.

BANDEIRA

Vermelho – representa o ferro contido em nosso solo. O óxido de ferro é o composto químico que dá a cor vermelha à nossa terra.

Amarelo - representa as riquezas ainda inexploradas.

Verde - representa o nosso patrimônio ecológico (flora e fauna) e a nossa produção hortifrutigranjeira).

Azul - representa o manancial hídrico, nossas fontes de água mineral, nascentes e bacias hidrográficas.

Justificativa das formas

As formas fazem referência ao Pico dos Três Irmãos, que pode ser visto por toda a região, sendo ponto de referência. Esta bandeira estabelece também um relacionamento com a Bandeira do estado e com a nacional.

Hino Municipal de Mário Campos

Eis que surge uma nova história

onde a terra a todos atrai

com riquezas de fontes divinas

e com gente sublime e de paz.

Mário Campos, tu és tão querida

por ti sempre havemos de lutar

não cruzemos os braços agora

há um grande futuro a chegar.

Este povo por ser destemido

está sempre disposto a lutar

suas conquistas serão sempre vistas

por aquele que aqui passar.

Nossa terra fulgura a beleza

há uma fonte de vida a jorrar

nosso verde expressa a riqueza

não deixando o progresso cessar.

Letra e música de: Rodrigo José Mendes, Gilson Rodrigues Nunes e Leonardo Moreira da Silveira

SIGNIFICADO DO HINO

Primeira estrofe

Eis que surge uma nova história

onde a terra a todos atrai

com riquezas de fontes divinas

e com gente sublime e de paz.

Esta é mais uma cidade contando sua história, ao longo de sua formação, desde um pequeno povoado, quando a procura do ouro mobilizou as primeiras famílias a trabalhar no garimpo e causou a chegada de alguns emigrantes. Nesta época, o povoado fora denominado povoado fora denominado “Povoado de Lavras”.

Essa fonte de riqueza mineral não poderia jamais existir pelas mãos humanas, tendo assim um criador divino e supremo, que é o próprio Deus.

Destaca-se ainda na primeira estrofe do hino: “gente sublinhe e de paz”, porque, na realidade, todos nós sabemos que Mário Campos sempre teve, desde a época do povoado até o atual município, um povo conhecido como gente simples, humilde, hospitaleira e religiosa.

Refrão

Mário Campos, tu és tão querida

por ti sempre havemos de lutar

não cruzemos os braços agora

há um grande futuro a chegar.

O refrão narra o amor dos mário-campenses por sua terra e determinação do povo em lutar com os recursos que possuem, pelo desenvolvimento do município.

“Não cruzemos os braços agora” ...convoca-se o povo a não se acomodar diante da situação vigente, mas a participar da construção de um futuro melhor.

Segunda estrofe

“Este povo por ser destemido

está sempre disposto a lutar

suas conquistas serão sempre vistas

por aquele que aqui passar”.

Destaca-se este povo como destemido e conquistador, por sua brava luta pela emancipação. Além de suas conquistas políticas, destaca-se também sua grande participação no mercado de hortifrutigranjeiros, com produção admirável, o que impressiona e atrai muitas famílias ao município.

Terceira estrofe

“Nossa terra fulgura a beleza

há uma fonte de vida a jorrar

nosso verde expressa a riqueza

não deixando o progresso cessar”.

O conjunto de montanhas que envolvem a cidade, os arbustos e as pequenas florestas definem o relevo do município e nos conclama e incentiva a preservar o meio ambiente. Temos o imensurável prazer de possuir em nosso território a maior fonte de água mineral já descoberta e de destaque para nossa região. “Nosso verde” ... “Nossa riqueza e também nossa principal fonte de renda”.

Concluindo, possuímos terra rica e fértil, riquezas minerais a explorar, culturas a preservar e um povo que é digno de ser chamadomário-campense.

Aspectos infra-estruturais

Energia elétrica

Mário Campos está em fase de expansão e melhoria da qualidade de serviço prestado.

Ouve uma grande extensão da rede elétrica por diversos bairros do município. A substituição da iluminação nas principais vias de acesso está em andamento na região central do município.

Abastecimento de água

Excelente. Todo morador tem água potável em sua residência. Nos locais onde a canalização de água ainda não se efetivou, a prefeitura municipal está providenciando a extensão da rede de abastecimento através da COPASA/MG, do sistema Rio Manso. As obras nos povoados de Bom Jardim, Campo Belo e Funil já estão concluídas, faltando apenas a ligação da água em alguns lugares.

Esgoto

O serviço está concluído apenas no bairro Reta I, formado pela Vila Eny, Ondina e Lourdes, representando cerca de 5% do atendimento necessário. A implantação da rede de esgoto nos bairros São Tarcísio e Jardim Primavera e no Centro de Mário Campos já está sendo concluída.

Meios de Comunicações

Circula no município gratuitamente o Jornal Folha Democrática da prefeitura municipal. O jornal oferece um espaço aberto à população, mensalmente, para a divulgação cultura e opinião popular.

O serviço de rádio de Mário Campos é feito pela Rádio Sucesso FM, 103.3, sob a coordenação do Sr. Walter de Araújo ZazáFilho. A rádio presta um excelente serviço de utilidade pública para a população. Tem duas edições de jornalismo, às 12 e às 17 horas.

No programa de rádio, há espaço aberto para todos os credos religiosos, bem como para divulgação de interesse público independente de partidos políticos. A rádio mantém uma programação bem variada objetivando agradar a todos.

Rede telefônica

Servido por DDD e DDI, o sistema existente, inaugurado em 1995, ainda quando distrito de Ibirité, ganhou grande expansão a partir de 1997. O número de telefones residenciais superou a quantia inicial, assim como o número de telefones comerciais.

Setor industrial

Á época da emancipação, Mário Campos já contava com pequenas indústrias de artesanato, confecção, reciclagem de plásticos, derivados do leite, derivados da cana- de- açúcar e pré-moldados.

Nesta primeira gestão administrativa, já estão sendo viabilizados estudos para a elaboração do Plano Diretor do município, que vai definir as diretrizes do crescimento da cidade e o seu traçado demográfico para atender as novas demandas. A expansão industrial deverá ser planejada com indústria de médio e pequeno porte, do tipo mecânicas e não poluentes, indústria comercial, lazer e turismo.

Pontos turísticos

Os pontos turísticos da topografia do município referem-se aos recursos hídricos, sendo os principais: Rio Paraopeba, a vegetação, as matas ciliares, as serras, a fonte de água mineral e o cinturão verde que circunda o município.

Cultura

Devido as dificuldade de ocupação da mão-de-obra no próprio município, muitas famílias não se fixaram. Mudaram, em busca do emprego para os filhos, em Belo Horizonte e outros centros industriais. Por isso, muitos traços culturais não se mantiveram. Alguns hábitos e costumes, como a adoração ao Senhor dos Passos, que era feita durante a noite inteira nas casas, no período da quaresma, já não existe mais.

Ainda fazem, com freqüência, a reza de mês de Maria, com as solenes coroações, as comemorações da semana santa e as benzeções.

São tradições culturais de nossa gente as festas juninas, a visita da Folia de Reis, no período de dezembro a janeiro, o jogo de truco, as olimpíadas e torneios de futebol e as festa religiosas: Nossa Senhora da Conceição, no mês de agosto, na Vila da Serra, e em dezembro, na matriz; Festa de São Sebastião e São Benedito, em setembro, em Bom Jardim; Festa de São Turíbio, em julho, no Lambari, e a festa de Santo Antônio, em junho no Funil.

Patrimônio cultural

Devem ser preservados, restaurados e conservados como patrimônio histórico de Mário Campos: a igreja Católica de Bom Jardim, o Casarão Sampaio, a lagoa do ex-Preventório e a casa do padre, no Preventório.

Igreja Católica de Bom Jardim

Construída no início do século xx, tem peças originais em seu altar principal, trabalhados no estilo do barroco.

Foi erigida em uma época em que os muros eram feitos de pedras sobrepostas, inclusive a cerca da igreja, que foi, por muitos anos, de pedras.

Os terrenos para a construção da igreja, da escola e do cemitério foram doados pelo Sr. Turíbio Ferreira Campos e sua esposa, Dona Maria Carlota da Conceição, uma das primeiras famílias de Bom Jardim. No adro da igreja e mesmo no espaço dentro da igreja, foram enterradas algumas personalidades da região de Bom Jardim, porque era costume fazer isso naquela época.

Casarão Sampaio

O casarão Sampaio foi o mais antigo dos armazéns da região de Mário Campos.

O casarão foi construído no final da década de 30 e inaugurado em 1940, pelo Sr. Manoel Sampaio, especificamente para ser um grande comércio em Mário Campos.

Havia naquela época uma demanda significativa de vendas para a Colônia Santa Isabel (leprosário que se localiza a 5 km de distância do casarão).

A construção era imponente e arrojada para o local na época. Seu estilo e arquitetura tinham detalhes que acompanhava o traçado linear das portas, janelas e quinas de paredes. É interessante lembrar que as paredes do armazém sempre foram pintadas da cor rosa com tarja azul e as portas e janelas eram da cor vermelha por fora e por dentro amarela.

Antes da construção do armazém, no mesmo local, houve uma pequena venda que pertencia ao Sr. Antônio Faria. Como o lugar estava crescendo com o movimento da Colônia Santa Isabel, dos trabalhadores do Preventório São Tarcísio e da rede ferroviária, as pequenas vendinhas já não eram suficientes para atender a clientela. Na mesma época, havia também o armazém do Sr. Antônio GonçalvesPenido, do lado debaixo da linha e do Sr. Cornélio José Campos.

O armazém Sampaio, entre os três, era o que mais se destacava pela qualidade e quantidade de estoque. Outro detalhe que o tornava mais em evidência era a sua localização. Situado no eixo de três saídas do povoado para Brumadinho, Betim e Belo Horizonte.

O proprietário do imóvel foi sempre o Sr. Sampaio. O fundo da venda é que foi arrendado para Esmeraldo Andrade, João de Carvalho Silva, Antônio Carvalho Silva e, por último, para os filhos do Sr. João. É importante observar que todos os proprietários vendiam a prazo com anotações em cadernetas.

Os sócios do armazém eram pessoas de boas relações com a comunidade. Exerciam o papel de farmacêuticos, conselheiros, juízes, corretores de imóveis e outros.

O imóvel e o terreno foram confiscados pela prefeitura do município de Ibirité, como pagamento de impostos atrasados, no ano de1984. A prefeitura de Ibirité, por mais de dez anos, não desenvolveu nenhum projeto sociocultural para utilizar o casarão e também não cuidou de preservá-lo, deixando-o abandonado e entregue à saga de destruidores e invasores.

Agora, o município há que se reunir e somar esforços para cuidar da restauração do Casarão Sampaio, cujo patrimônio histórico é de grande valor para nossa gente.

Ergamos nossas cabeças e sintamos forte o sentimento de amor às coisas de nossa terra, defendamos o nosso patrimônio, somos donos de nossos destinos, por que não proteger o pouco que restou dos nossos antepassados?

Esporte

O esporte está no sangue do povo mário-campense e vem existindo, desde as primeiras gerações, uma forte tendência para a prática do futebol.

São vários os atletas que se destacaram, tanto nos pequenos torneios do Clube Recreativo de Mário Campos, como nos grandes clubes profissionais. Sem a intenção de menosprezar nenhum deles, citaremos: Jackson de Godoi Barbosa (Filhinho); Raimundo Francisco do Prado (Prado); Valdomiro José do Prado (Pradinho) e José Ferreira do Amaral (Coquinho). Eles foram destaques aqui em Mário Campos e em outros times de Minas Gerais e de outros estados.

Outras práticas de esportes foram se cristalizando no gosto da população jovem, como o handebol, o futsal, o basquete e o voleibol. Entre as modalidades esportivas, a mais praticada é o futebol de campo. Para as crianças que freqüentam a escola está sendo desenvolvido um bom trabalho de iniciação esportivas, através do projeto dente de leite, pelo Sr. Roberto Prado.

Atualmente, destacamos, com orgulho, nossos talentosos jogadores: o lateral direito Estevam e o volante Claudinei, ambos pertencentes ao América Futebol Clube. Estevam milita na área profissional há dez anos. Foi campeão mineiro duas vezes. É um jogador equilibrado, tranqüilo e com metas definidas em sua vida profissional. Claudinei passou por um período difícil, com problemas de fraturas, mas já está recuperado e voltou ao time com toda força.

José Estevam Lourenço

Filho de José Lourenço Neto e Jesuína Maria de Jesus jogador profissional em plena atuação no América futebol clube, é natural de Mário Campos. Vem de família humilde que tem gosto e tradição pelo esporte.

Desde criança, gostava muito de jogar futebol e como qualquer outra criança de sua época jogou muita “pelada” no campinho da escola e na rua onde morava. Comenta que o futebol nunca atrapalhou nos estudos. Sempre respeitou os horários e soube separar as coisas.

Quanto a sua formação, concluiu apenas o Ensino Fundamental porque sua família não tinha condições financeiras e, além disso, a única escola da cidade não oferece Ensino Médio. Os estudantes não tinham a mesma facilidade de hoje.

Iniciou o futebol treinando no Clube Recreativo Mário Campos. Lembra emocionado do seu primeiro técnico, o “Lidinho”, com o qual aprendeu muito. Suou muita a camisa como aspirante, foram praticamente sete anos treinando até ser descoberto como profissional.

Jogava no Santa Tereza Esporte Clube, na categoria de amador, quando sua capacidade e seu talento foram destacados para a negociação com o América Futebol Clube. Em sua trajetória esportiva, foi por duas vezes campeão mineiro com o América em 1993 e 1997.

Casado com Natália da Silva Lourenço, tem dois filhos: Lucas e Maria Eduarda.

A rotina de um jogador profissional é composto de muitos treinos, ginástica física, massagens e visitas ao médico. A alimentação é balanceada. Não é preciso fazer uma dieta rígida, porque ele não tem tendência a engordar. Para completar as energias de que precisa faz uso de composto energético com a aprovação acompanhando médico.

Desde que está atuando como profissional no esporte, também exerceu atividade de motorista de caminhão na mineração.

Sua meta no esporte é chegar à seleção e em breve defender com garra a camisa verde e amarela. Quando o seu projeto de vida, tem expectativa de concluir o Ensino Médio e cursar a Faculdade de Educação Física.

Em seu depoimento, afirma ser de maior importância ter um bom nível de conhecimento para entender melhor outros códigos de linguagem e outras formas de vida.

Tendo instrução necessária, o jogador fica mais expansivo, a vontade e a comunidade ocorrem com mais espontaneidade.

Com relação ao plano de finanças, pensa que investindo mais na instrução vai estar se preparando para enfrentar novos desafios profissionais com sucesso.

Estevam crê que a disciplina na vida de qualquer cidadão, e principalmente na de um atleta, é fator importantíssimo, devemos ser disciplinados até mesmo para sermos respeitados como profissional.

A disciplina vai desde as ações em campo até o modo de vida lá fora.

O futebol de hoje precisa contar mais com uma equipe bem entrosada, disciplinada, do que com ídolos indisciplinados. Os melhores jogadores sozinhos não vencem as defesas e ataques bem estruturados.

É importante que o atleta cumpra os horários e assuma os procedimentos de seu clube. Fora do clube, é preciso ter uma vida saudável, não se entregando aos excessos dos vícios e da agitação. O repouso ordenado também contribui para o equilíbrio e melhor rendimento do atleta.

Prefeitura municipal de Mário Campos

A prefeitura Municipal de Mário Campos funcionou durante um ano e meio no prédio do Clube Recreativo Mário Campos. Funciona atualmente em um prédio alugado que fica na Av. Governador Magalhães Pinto, Nº. 502 centro.

A administração tem como meta restaurar o Casarão Sampaio e construir, no mesmo terreno um prédio para acolher a prefeitura.

O Casarão Sampaio é patrimônio do município e é também patrimônio histórico. Foi construído por volta de 1940 pelo Sr. Manoel Sampaio, sendo um dos primeiros e grandes centros comércios daquela época.

Foi por muitos anos um ponto de referência em Mário Campos, além do Preventório São Tárcísio.

Câmara Municipal de Mário Campos

A Câmara Municipal de Mário Campos está situada na Av. Governador Magalhães Pinto, no prédio anexo ao Casarão Sampaio.

Água Mineral Pode Mudar Status do Município

O grande desafio de todos em Mário Campos é transformar o município em mais uma estância hidromineral. A base para tamanho sonho é a mina de água mineral recém descoberta na Fazenda Esperança, da família Melo Franco. Ela é a maior do mundo, com água tipo sulfurosa, de puríssima qualidade. A intenção é não apenas a de captar água e distribuí-la, mas construir hotéis e clubes onde os turistas possam desfrutar da água mineral.

“Afinal – diz empolgado um dos 10 herdeiros da mina, Mauro Melo Franco – dali jorram diariamente 11 milhões de litros de água mineral, a maior vazão do mundo. É grande a diferença para a segunda colocada, a mina de Alhama de Granada, na Espanha, que capta seis milhões de litros de água mineral por dia. E tudo isso só foi descoberto por causa da curiosidade de alguns membros da família de Edmundo Melo Franco, proprietário já falecido”, conta Mauro Franco.

Analise

Em 1984, muita gente achava impressionante a clareza e o sabor da água. A análise foi feita e a conclusão foi que a

Água era absolutamente pura. Desde então, vários estudiosos e especialistas se dedicaram a estudar a água mineral.

Sabia-se que era uma fonte de água mineral, porém surgiu uma segunda pergunta:

“Qual a quantidade de água existente?” Novamente vieram os estudiosos e anos depois o geólogo Hugo Peter Steiner concluiu que, naquele subsolo, no sopé da Serra Três Irmãos, existia uma espécie de calha gigante que abrigava milhões e milhões de litros de água que se renova a cada dia.

A notícia correu o mundo e a Fazenda Esperança e sua mina, bem como a cidade de Mário Campos, foram motivos de comentários em todo o país. Depois disso, a família decidiu incrementar obras que permitissem a captação e distribuição da água mineral. Para capitalizar recursos, foi assinado um convênio com a Construtora Dinâmica, que está investindo cerca de R$600 mil na construção da estação. A contrapartida é 50% dos recursos que forem obtidos. A promessa é a de que até o final do ano a primeira etapa das obras já estejam em pleno funcionamento.

Mauro Melo Franco reconhece que em um primeiro momento, será possível captar todos os 11 milhões de litros de água diários, mas as obras continuar. Outra meta de grupo é a construção de um clube/ hotel onde os freqüentadores pudessem usufruir do prazer de tomar banho em água mineral.

LEI Nº13. 445-DE 10 DE JANEIRO DE 2000

Reconhece a Estância Hidromineral de Bom Jardim - Fazenda Esperança, no município de Mário Campos.

O povo do estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - Fica reconhecida como Estância Hidromineral a localidade denominada Bom Jardim – Fazenda Esperança, no município de Mário Campos.

Art. 2º - A Estância Hidromineral de Bom Jardim – Fazenda Esperança compreende uma área de 450.080m2 (quatrocentos e cinqüenta mil e oitenta metros quadrados), demitida por um polígono que tem um vértice a 456m-NW(quatrocentos e cinqüenta e seis metros noroeste) do canto noroeste da Fazenda Esperança, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude 20º 04’32,2”S(vinte graus quatro minutos trinta e dois segundos e dois décimos sul) e longitude 44º 10’12,9”W(quarenta e quatro graus dez minutos doze segundos e nove décimos oeste), e os lados, partir desse vértice, com os seguintes comprimentos e rumos verdadeiros: 600m-E(seiscentos metros leste);708m-S(setecentos e oito metros sul); 725m-W(setecentos e vinte e cinco metros oeste);208m-N(duzentos e oito metros norte; 125m-E(cento e vinte e cinco metros leste e 500m-N(quinhentos metros norte).

Art.3º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Relevo

A região é denominada por planalto que as elevações bastante acentuadas são de leste ao sul (Serra dos Três Irmãos e Serra do Funil).

Na direção norte e oeste os terrenos planos. O relevo é caracterizado por zonas vertentes com vales abertos que têm origem nas serras Três Irmãos e Serra do Funil, com altitudes acentuadas, porém diminuindo na direção norte. Estas ondulações são do tipo rampa batida e acidentes geográficos pouco acentuados.

Capacidade do uso do solo

Apresenta, na região próxima às serras, solo composto de cascalho, veias arenosas, minério de ferro e grafite; na região mais abaixo, o solo é fértil e bom para a cultura de hortas.

Hidrografia

Mário Campos tem suas nascentes no limiar das serras, vários córregos, destacando-se mais os córregos Lambari, Corredor, Campo Belo, Capão ou córrego do Quilombo e córrego do Barreiro, no Funil. Todos esses córregos deságuam no Rio Paraopeba, sendo que ao norte o Ribeirão Mário Campos, segmento do Ribeirão Sarzedo, recebe os córregos afluentes e deságua também no Rio Paraopeba, que é o maior rio do município.

O Rio Paraopeba é um dos afluentes do Rio São Francisco, pela margem direita. Tem suas nascentes no município de Cristiano Otoni. Suas águas percorrem 510 Km e a sua foz é na Represa de Três Marias, passando por 48 municípios em Minas Gerais.

A área de drenagem da Bacia do Paraopeba é de 13.643Km2, tendo uma população estimada (censo/ 95) de 860.000 habitantes.

Todo o Vale do Paraopeba apresenta um imenso potencial de crescimento urbano, caracterizada pela implantação constante de pólos industriais, pela projeção de lavras do minério de ferro e pelo crescimento das atividades agropecuárias.

A importância e utilização das águas do Rio Paraopeba:

* Abastecimento doméstico após tratamento convencional;

* Proteção das comunidades aquáticas;

* Irrigação de hortaliças, de cultura arbóreas cerealíferas e forrageiras;

* Criação natural e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana;

* Recreação de contato primário;

* Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;

* Navegação;

* Harmonia paisagística;

* Atração e desenvolvimento turístico.

Processo de poluição do rio

O processo do Vale do Paraopeba garante a riqueza e o crescimento da região, fonte de emprego para população, mas trouxe também poluição para o rio.

Em alguns trechos do rio, suas margens estão avolumados pelo lixo acumulado e por resíduos do assoreamento feito pela drenagem que explora o cascalho.

Também poluem as águas os resíduos químicos das indústrias, o excesso que sobra de agrotóxico das hortas que retornam ao rio pelas enxurradas ou afluentes e a vazão de esgoto sanitário direta ou indiretamente, no rio, de várias cidades da Bacia Paraopeba.

Conseqüência do uso inadequado da água e do rio

· Destruição do habitat natural de forma de vida aquática (matança de peixes nos trechos onde há grande quantidade de resíduos químicos na água);

· Redução do valor das áreas inundadas pela enchente para a agricultura e moradia.

Clima

O clima é bom e saudável. Tem duas estações bem definidas: o verão, que vai de outubro a abril, com alta temperatura e com mais freqüência de chuvas; e o inverno, que vai de maio a setembro, marcado pelo frio e estiagem.

Vegetação

A vegetação predominante no município é de campos e cerrados, compostos por pequenos arbustos nas encostas das serras.

Nos vales e margeando as nascentes e córregos, existem pequenas porções freqüentes em todo o município, como o ipê, o jacarandá, a braúna, a peroba, o coqueiro, com influência da Mata Atlântica.

Agricultura

A principal atividade econômica do município é a hortifrutigranjeira, que produz verduras, couve, couve-flor, cebolinha, salsa, tomate, chuchu, quiabo, pimentão, cenoura, beterraba, brócolis, laranja, milho e feijão.

Na pecuária, os principais rebanhos são: galináceos, bovino e suíno. Produção para abate, ovos e derivados do leite.

Outras ocupações no município:

_ A construção civil;

_ O comércio;

_ Artesanal diversos.

Urbanização

Mário Campos está em fase de urbanização. O acesso a três grandes e bem próximas cidades é feito por estradas de excelente pavimentação. Dentro do município, o programa de pavimentação esta bem encaminhada. As estradas vicinais estão bem conversadas.

Dos loteamentos antigos e que se encontravam com inúmeros lotes ociosos até fev/97, grande partes deles já foram ocupados. Há ainda loteamentos regulamentados recentemente e que também estão sendo ocupados com a mesma rapidez.

Sistema viário

Mário Campos é servido pelo acesso MG-040, que liga Belo Horizonte Bonfim, e também pela MG - Josias Almeida de Souza, trecho rodoviário que liga Mário Campos à BR - 381, Km 490, no município de Betim.

A antiga estrada de ferro, atualmente, pertence a uma empresa do setor privado, a MRS, que só utiliza o corredor viário para transporte de cargas.

Educação - Escola Municipal professora Paula Eremita

Nossa comunidade não tinha estrada, era uma trilha. Cada morador resolveu arredar suas cercas e assim fizeram uma estradinha. Com o passar do tempo, vendo os filhos chegando, crescendo, sentiram a necessidade de ter uma escola na comunidade.

Havia um terreno em comum, de muitos herdeiros, onde algumas pessoas: João Rosa da Silva, Francisco Cândido, Augusto Mariano da Silva, Wenceslau Rezende, Antônio Bleme, Domingos Gomes Lobato, Antônio Alexandre, Pedro José do Prado, Francisco do Prado e Herculano Maia, em contato com os herdeiros decidiram que naquele local seria construída uma escola.

Toda a comunidade reuniu-se e deu início á construção da escola. Fizeram primeiro a praça e, nesta, foi construída a escola. Através de um mutirão, fizeram um cômodo de adobe, telhas curvas, portas e janelas de tábuas do caixote, sem banheiro.

Enquanto construíam a escola, arrumaram uma professora que lecionava em Tejuco, município de Brumadinho. Entregaram um abaixo-assinado ao Padre Osório Braga, Vigário de Capela Nova, hoje em Betim.

Este abaixo assinado foi entregue à Secretaria de Educação. Depois de tudo esclarecido, a Secretaria criou a cadeira e a nomeação da professora Paula Eremita da Silveira. Sua nomeação foi no governo do Sr.Antônio Carlos.

Chegando ao local, a professora marcou uma reunião com os pais, combinando a data do início das aulas. Ficou marcada para o dia 18 de janeiro de 1926. Matricularam-se alunos de 7 a 18 anos. A escola era rural e passou a chamar Escola Rural Do Fecho do Funil.

Com o passar do tempo, foi nomeado um Inspetor Regional, Sr. Antônio Afonso de Magalhães (Tõezinho de Sarzedo).

Dona Paula lecionou nesta escola durante 16 a 17 anos. Quando entrou o governador Dr. Olegário Marciel, para fins econômicos, resolveu cortar todas as escolas rurais e estaduais.Não sabendo desta nova lei, D. Paula continuou a dar aula, vindo a saber bastante tempo depois, por intermédio de seu advogado, que lhe enviou uma carta que só foi entregue meses depois. Por este motivo, as aulas foram paralisadas e D. Paula passou a dar aulas particulares.

Depois de 7 a 8 anos, a escola voltou a funcionar, mas foram contratadas novas professoras, pois D. Paula não tinha mais idade para lecionar. Vieram Admar, Vitória e suas irmãs, mas estas não ficaram muito tempo. A comunidade ficou novamente sem ter aulas.

Em 1947, mudou para o Fecho de Funil D.Célia Ribeiro da Silva, que logo foi indicada para ser a professora desta escola. Em 28 de Janeiro de 1948, o prefeito de Betim, Sr. Sílvio Lobo, a nomeou e teve início às aulas.

Em 1960, por motivo político, D. Célia foi transferida para Bom Jardim; não aceitando a transferência, ela ficou à disposição da prefeitura de Betim. Durante este período, vieram vários professores: Efigênia Corsivo, José de Arimatéia, Maria de Lourdes, lldaAntunes e Maria do Carmo.

Quando ouve a emancipação do município de Ibirité, o prefeito Sr. José Wanderley Cabral de Barros convocou a professora Célia e esta voltou a lecionar. No mandato do prefeito Sr. Antônio Pinheiro, a escola teve uma melhoria, com a construção de uma cantina e colocação de basculantes.

Em 1981, foi construída uma nova escola, sendo em permuta, em um terreno com uma área de 2.750m2, com três salas de aulas, uma secretaria com banheiro, um banheiro feminino e um banheiro masculino, pátio, cozinha, depósito de alimentos. Esta escola foi construída no mandato do prefeito Euler Caetano de Lima.

A escola conta atualmente com 8 funcionários, sendo 1 coordenadora, 4 professoras, 2 auxiliares de serviços gerais e 1 auxiliar de secretaria.

No final dos anos 90, a população do Povoado de Fecho do Funil está constituída mas de pessoas adultas, pois poucas famílias têm filhos na faixa etária escolar de 1ª à 8ª série.

Para melhor utilizar as salas de aula da escola, a rede municipal de educação está transportando os alunos do centro de Mário Campos para estudarem nesta escola.

Biografia do Patrono

Paula Eremita da Silveira nasceu em Piedade do Paraopeba. Era filha do Sr. Xisto José da Silveira e Dona Maria de Aguiar da Silveira. Casada com o Sr. João da Silva e mãe de onze filhos.

Dona Paula era exemplar e querida por todos. Criou seus filhos com muita dificuldade, lecionando em Tejuco. Depois passou a lecionar em Fecho do Funil. Não tinha ninguém para ajudar nos serviços domésticos e fazia todo o serviço da casa. Mesmo assim não deixava de honrar e cumprir com amor o se cargo.

Tinha muitos irmãos: Sr. Humberto Silveira, um dos primeiros farmacêuticos de Ibirité; o Monsenhor e depois Arcebispo Roque Venâncio, em Sete Lagoas; Antônio Simeão Silveira, um dos primeiros escrivães da Piedade do Paraopeba; os outros eram médico, freira, professores, enfermeiros, etc.

Com o passar do tempo, D. Paula foi ficando doente, internando-se no Hospital Belo Horizonte(em Belo Horizonte), onde veio a falecer. Foi sepultada no cemitério do Bonfim.

Escola Municipal Pedro Pinheiro Diniz

A Escola Rural Municipal Pedro Pinheiro Diniz está situada no distrito de Mário Campos, município de Ibirité, na localidade denominada Povoado Vila da Serra.

A área destinada à escola mede 2.307m2, doados pelo Sr. José Conrado Maia(in memoriam), morador do povoado. A área construída hoje é de 113m2 e um local para recreação dos alunos, medindo39m2.

Quando foi fundada a escola, Mário Campos fazia parte do município de Betim. Ela começou a existir precariamente, sem um local adequado para a freqüência dos alunos, e para que os trabalhos escolares se realizassem; foi necessário que os Vicentinos colaborassem, emprestando seu salão de reuniões para o funcionamento dos exercícios escolares.

A fundação da escola data de 1958 e, durante esse logo período, as aulas se processaram nessa improvisada sala de aula.

O prédio em que hoje funciona a escola foi inaugurado no dia 24 de janeiro de 1971, sob a administração do Exmo. Prefeito Municipal Antônio Pinheiro Diniz.

O ato revestiu-se de grande solenidade, não só pelo evento em si, mas, sobretudo, pela presença de altas personalidades da vida social do município, do estado e até mesmo de país.

Estiveram presente à inauguração a benemérita Helena Antipoff, cujo trabalho de relevante cunho humano e social tornou-a célebre em todo o país, sendo ela a fundadora da Fazenda do Rosário; o Sr. Wanderley Cabral de Barros, diretor da Hidrominas; o Sr.Ermelindo Cardoso, presidente da Câmara dos Vereadores; o Sr.Wilson Aguiar, gerente do banco Minas Gerais de Ibirité; o Padre José Taitson, Zeloso abnegado pároco da paróquia de Ibirité e muitas outras figuras de destaque social.

Biografia do patrono

O patrono da escola deveria ser o exmo.Sr. Prefeito Municipal, presente à solenidade, que modestamente, declinou o honroso convite, passando-o para a pessoa do seu extremo progenitor, o Sr. Pedro Pinheiro Diniz.

A escolha que foi homologada pela Câmara dos Vereadores, não poderia ter sido melhor, pois o homenageado é uma pessoa de comprovada envergadura moral e cívica, um exemplar pai de família e in condicional admirador da causa educacional, havendo cedido parte de seu patrimônio imobiliário para a fundação ISER e para a Escola Normal Sandoval de Azevedo. Serviu a prefeitura de Betim como fiscal da Secretaria Municipal, deixando as seus concidadãos um exemplo sério da assiduidade, dinamismo, competência honesta e responsável.

Desde a sua inauguração até o ano de 1974, a escola funcionava com 2 professoras, até que então, a partir deste ano, foi contratada 1 auxiliar de serviços para limpeza e cantina. De 1984 em diante, a escola passou a funcionar de 1ª à 4ª série, com 2 professoras, trabalhando em classes multiseriadas. Em 1986, aumentou o número de alunos e a escola passou a ter 3 professoras.

Hoje, a Escola Rural Municipal Pedro Pinheiro Diniz funciona regularmente, com duas classes multiseriadas, porque a cada ano que passa diminui consideravelmente o número de alunos.

A população do povoado da Vila da Serra é constituída quase totalmente por adultos. As poucas crianças que chegam para a escola são filhos de pessoas que não têm residência fixa no povoado. São filhos dos caseiros ou empregados das chácaras e sítios, pessoas que nem sempre permaneceram na localidade por muito tempo.

Escola Municipal Vereador Weld de Souza Maia

O bairro Tangará situa-se no povoado de Bom Jardim, município de Mário Campos, emancipado de Ibirité. Fica à margem direita da estrada iniciada na Rua Aleixo Campos, que segue em direção ao Tejuco.

O bairro Tangará era um extenso campo coberto de árvores frutíferas nativas. Tangará, pela ornitologia, é uma espécie de pássaro brasileiro, da família dos piprídreos, cujas penas são acentuadamente azuis, possuem caldas e asas pretas. Quando jovem, estes pássaros têm a cor verde. Pelo folclore brasileiro, Paraná e Tangará são pássaros bailarinos que dançam sempre juntos, eram filhos de um tal de Chico dos Santos, que desrespeitaram a Semana Santa, dançando avidamente.

Os primeiros habitantes exploravam as terras para pastagem de gado leiteiro. Hoje, sua principal atividade econômica é o hortifrutigranjeiro.

A Escola Municipal Weld de Souza Maia foi projetada em 1992. O terreno foi doado pelo Sr. José Marcílio de Moura Nunes e sua esposa Maria Lúcia Clementino Nunes. A construção, iniciada e paralisada em 1993, somente veio a acontecer de fato no segundo semestre de 1996, sendo inaugurada em 31/12/96, pelo Sr. Paulo Telles da Silva, prefeito de Ibirité. A escola possui quatro salas de aula, biblioteca, sala de professores, diretoria instalações sanitárias, cantina, pátio coberto e parque para recreação. O prédio, funcionando em dois turnos, tem capacidade para atender a uma demanda de 280 alunos, de 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental. Esta escola seguirá as normas de regime único para as escolas municipais de Mário Campos.

Biografia do patrono

Em Bom Jardim, antigo distrito de Ibirité e atual município de Mário Campos, nasceu Weld de Souza Maia, em 19 de janeiro de 1969.

Era o sétimo filho de Miguel Meireles maia e Ana Teixeira de Souza Maia, que constituíram uma família de 9 filhos. Sua família reside em um sítio em Bom Jardim e sempre exerceu atividade agrícolas.

Weld de Souza Maia estudou da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental na Escola Conselheiro Afonso Pena, em Bom Jardim, e 5ª à 8ª série no Colégio Industrial de Petroquímica, em Sarzedo. Cursou o 1º ano do Ensino Médio na Escola Sandoval Soares de Azevedo e os 2 últimos anos no Colégio Brasileiro, em Belo Horizonte, habilitando-se em Processamento de Dados. Inicio o curso de Direito na Faculdade de Sete Lagoas.

Sua vida política começou como assessor do prefeito Toninho Pinheiro, na gestão 1988/91. Em 1992, foi eleito vereador, sendo o candidato mais votado na gestão 1993/96, do então prefeito Paulo Telles da Silva.

Sua juventude e suas esperanças terminaram no dia 08 de maio de 1994, quando foi vítima de um acidente na MG-040, próximo aSarzedo, que o levou à morte. A imagem simpática de Weld de Souza Maia deixou, aos amigos e parentes, muitas saudades.

Escola Municipal Tarcísio Campos

O bairro da Reta do Jacaré constitui o aglomerado urbano mais antigo da cidade de Mário Campos, pois foi lá que teve origem a Vila de Moradores, época em que esta região tinha o nome de Lavras. A primeira parada de embarque e desembarque de trens foi na Reta do Jacaré e só alguns anos mais tarde, com a construção do Preventório São Tarcísio, é que foi construída a nova “Parada”, já com o nome de Parada Carlos Chagas e, mais tarde, Mário Campos.

O povoado, que antigamente se concentrou próximo à ferrovia, foi se deslocando cada vez mais para perto da estrada de rodagem, hoje MG-040.

As famílias, sentindo cada vez mais perigo, ao transitar pela estrada, para levar seus filhos para a escola da sede, reivindicaram sempre a necessidade de ter uma escola mais próxima. A idéia sensibilizou moradores, associações, vereadores e prefeito, até que, em 1994, o vereador Pedro Prado, ainda pelo município de Ibirité, apresentou à Câmara Municipal o projeto solicitando a construção da referida escola. A prefeitura municipal de Ibirité adquiriu o terreno com recursos próprios e firmou um convênio com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais para a construção do prédio escolar.

As obras tiveram início em setembro/96 e foram concluídas em junho/97, sendo inaugurada já na primeira administração municipal, pelo prefeito Sr. Alberto Agostinho Cândido, sendo diretora do departamento de Educação e Cultura a Sra. Maria EfigêniaNogueira Braga.

A escola possui 5 salas de aula, biblioteca, secretaria, diretoria, sala de professores, recreio coberto, cozinha com refeitório e demais instalação indispensáveis ao bom funcionamento.Sua capacidade de atendimento, em dois turnos, é de 350 alunos e 10 turmas.

A escola Municipal Tarcísio Campos foi criada pela Lei Municipal 1323/94, pelo município de Ibirité. O ato de autorização de funcionamento foi aprovado pelo Parecer nº. 98/98, do Conselho Estadual de Educação, e Portaria nº. 198/98, de 05/02/98, da Secretaria de Estado da Educação.

Biografia do Patrono

Tarcísio Campos nasceu em Ibirité, foi o primeiro filho de Manoel José Campos e Cecília de Freitas Campos.

Fez parte do curso primário no Preventório São Tarcísio, em Mário Campos, sendo que aos nove anos foi para o Seminário Seráfico Santo Antônio, em Santos Dumont, com o propósito de seguir carreira religiosa. Perdera o pai, ainda muito jovem, tendo sido mantido nos estudos por sua mãe e suas tias Adelina e Carlota. Aos dezesseis anos descobriu ser outra a sua vocação e abandonou os estudos no seminário. Concluiu o curso do 2º grau no Colégio Estadual de Minas Gerais.

Em 1964, passou no vestibular e iniciou o curso de jornalismo na UFMG. No ano seguinte, fora aprovado também no curso de direito na mesma universidade. Entretanto, os seus ideais democráticos impediram-no de prosseguir nos estudos. Inconformado com a ditadura, engajou-se no Movimento Estudantil. Foi perseguido e obrigado a abandonar os estudos e sua família para ser preso e torturado. Foi diretor responsável pelos jornais Manifesto e Tribuna Universitário, no período de 1964 a 1966, periódicos que faziam oposição dura ao regime militar. Estas atividades o mantiveram afastado da Universidade. Somente em 1980 é que pôde prosseguir os estudos e concluiu o curso de direito na universidade do Vale do Rio Doce, em Governador Valadares, época em que residia em Ipatinga.

Tarcísio Campos foi diretor responsável da empresa Impacto Promoções e da Três P – Pesquisa, Planejamento e Projeto S/A; foi Assessor Técnico da CAESB – Companhia de Águas e Esgoto de Brasília; Chefe de Cadastro; Técnico da Prefeitura Municipal de Ipatinga; professor do 2º grau da Escola Técnica Juscelino Kubitsheck, na cidade de Ipatinga, e diretor da Estrutura Assessoria e Publicidade Ltda.

Em toda sua vida nunca deixou de exercer atividades políticas. Foi fundador do PMDB em Ipatinga. Candidatou-se a deputado estadual, mas não se elegeu.

Embora tenha passado parte de sua vida fora de nosso município, nunca esqueceu as suas origens. Grandes partes de suas horas de lazer e descanso ele passava em sua casa, que fica na Rua Manoel José Campos (cujo nome é em homenagem a seu falecido pai), em Mário Campos.

À época de sua morte, em 1992, ele exercia o cargo de assessor do Senador Alfredo Campos, no Senado Federal, em Brasília.

Escola Estadual Afonso Pena

A primeira escola de Bom Jardim foi fundada em 1910 e chamava-se Escola Pública de Bom Jardim. Ficava situada em um prédio construído, na época, na Praça da Igreja. A primeira professora foi Sérgia Nogueira Braga, no período de 1910 a 1930. Por motivo político foi destituída do cargo e Bom Jardim passou o período de 1930 a 1946 sem escola pública. Muitos pais contrataram professores particulares para que seus filhos pudessem aprender a ler, escrever e fazer as operações matemáticas.

Em 1946, com o esforço do Sr.Francisco Ferreira Maia, foi criada a tão desejada escola, que recebeu o nome de Escola Rural Municipal de Bom Jardim, pertencendo à prefeitura municipal de Betim; sua primeira professora foi Nadyr Ferreira Diniz, que mais tarde foi também diretora da referida escola, até se aposentar, em1990.

Em 13 de outubro de 1947, o Sr. Toríbio Ferreira Campos e sua esposa Maria Carlota de Conceição doaram ao estado um terreno com a área de 10.000m2, para a construção de um prédio e, além do terreno, doaram também a madeira necessária.

No dia 10 de junho de 1948, o referido prédio foi inaugurado com a presença do Sr. Governador do Estado, Dr. Milton Campos, e outras presenças ilustres, como: Sr. Secretário da Educação,Professor Abgar Renaut, Sr. Prefeito Municipal de Betim, Dr. Sílvio Lobo, a ilustre professora, fundadora da escola da Fazenda do Rosário, Dona Helena Antipoff, e demais autoridades municipais e estaduais.

Em 1986, iniciou-se a ampliação da Escola Estadual Conselheiro Afonso Pena, com a execução do Centro Comunitário de Bom Jardim, através de recursos da Secretaria de Estado da Educação, Banco do Brasil S/A, da Fundec e da comunidade de Bom Jardim, juntamente com o apoio do Deputado Paulo Pereira, da prefeitura de Ibirité e orientação técnica da CARPE, que culminou com a construção de mais 3 salas de aula, 2 banheiros e 1 biblioteca comunitária, em funcionamento até os dias atuais.

A escola funciona com o Ensino Fundamental completo em dois turnos e mais o noturno.

Escola Estadual de Mário Campos

Antes de 1910, surgiu na Fazenda do Jacaré a primeira escola particular, com o professor Lucas Evangelista, filho do Sr. Belmiro, proprietário da fazenda.

A primeira escola criada em Mário Campos foi fundada em 06/05/40, contando com 44 alunos matriculados. Recebeu o nome de Escola Rural Mista de Mário Campos.

Em 1941, houve um movimento dos moradores liderado pelo Sr. Antônio Gonçalves Penido e foi construída uma sala de aula em um lote doado pelo Sr. Antônio Moreira para esta finalidade. A prefeitura de Betim se responsabilizou pelo pagamento das professoras. O prédio da 1ª escola de Mário Campos, atualmente, é o Posto de Saúde João de Deus Campos. A escola funcionou naquele prédio até 1954, época em que foi conveniada com o estado e que a prefeitura municipal de Betim doou à Secretaria de Educação uma área de 10.000m2, para a construção do novo prédio escolar. O prédio conta com 2 salas de aula, 2 instalações sanitárias e uma área coberta.

A escola passou a pertencer a rede estadual de ensino em 1957, mas só foi reconhecida oficialmente pelo Ato de Instalação, em 07 de maio de 1962, sendo transformada em Escolas Reunidas de Mário Campos. Depois da Lei nº. 5692/71, passou a denominar-se Escola Estadual de Mário Campos, de 1º grau.

Como já não comportava todos os alunos, o prédio foi ampliado, em 1974, passando a compor-se de 4 salas de aula, cantina, diretoria e mais conjuntos sanitários.

Em 1984, o prédio sofreu novas reformas e ampliações, passando a contar com 12 salas de aula, biblioteca, quadra poliesportiva e demais dependências. A escola atende o Ensino Fundamental completo e o Ensino Médio Comum Geral.

Filho Ilustre de Mário Campos - Artur Campos

Nascido em 30 de abril de 1902, natural de Mário campos da Grota dos Pereiras, Vila da Serra.

O senhor Artur Campos, em depoimento feito em 1998 para os alunos da Escola Estadual, fez os seguintes relatos:

“Na propriedade do meu pai nós plantávamos de tudo. A gente não ficava sem serviço. Quando não estava na roça ia pro mato cortar lenha para vender. Trazia nas tropas para a estação de trens. Também era nas tropas que nós levávamos as mercadorias para vender em Belo Horizonte. Eram três dias de viagem. A gente saía cedo de Mário Campos e pernoitava no Jatobá. Tinha lá um rancho pra gente descansar. No outro dia, continuava a viagem, e chegava a Belo Horizonte ao meio-dia. Vendíamos toda a mercadoria na feira das amostras e comprávamos outras para trazer para casa.

O primeiro sinal de crescimento foi com a construção da Rede Ferroviária, depois veio o Preventório. Com o aumento da população surgiram os comércios maiores. Foi então que Manoel Sampaio construiu o Armazém, por volta de 1940. Ele teve sociedade com o Esmeraldo e com os irmãos João de Carvalho Silva e Antônio Carvalho Silva.

O armazém era sortido de todo tipo mercadoria, tinha açougue, revendia pães, material de construção, mercearia farmácia, sapataria, tecido, aviamento e bebidas.

O armazém chegou a ser atração, pois era ponto de encontro dos trabalhadores no fim das tardes para os bate papos. Muitos iam para lá, para ouvir rádio, o programa do Bentinho do Sertão. Todos que vinham a Mário Campos não deixavam de passar por lá para contar as novidades e saber como ia o povoado. A caminhonete do armazém também fazia de tudo, transportava as mercadorias, os casamentos e os enterros do povoado.

O Sr. Artur faleceu em 22 de dezembro de 1990, lutou muito para ajudar os mais carentes, através da Sociedade São Vicente de Paula. Trabalhou dedicadamente pelas obras da Igreja Católica. Foi um pai exemplar para seus filhos e avô carinhoso com os netos.

João Sebastião do Prado

Nascido em Mário Campos no ano de 1901 e falecido em 1992. Era casado com Maria Angélica do Prado (Mariquinha), nascida no ano de 1900 e falecida em 1986.

João do Prado, como era conhecido, nasceu em Mário Campos, na fazenda Quilombo. Casou-se em 1921, com Marquinha, com era chamada, nascida na fazenda do Mota, onde hoje é a Colônia Santa Isabel. O casamento foi em Igarapé. Os noivos e seus acompanhantes foram a cavalo. A noiva e as demais mulheres que, na época, só vestiam saias e vestidos, usavam montaria feminina, o silhão.

Após o casamento, moraram durante pouco tempo na fazenda da noiva, depois moraram na sede da fazenda Quilombo e, por volta de 1925/1926, mudaram-se para a casa definitiva, construída nas terras da fazenda.

O casal teve nove filhos: Ari, João e Guiomar (falecidos), Maria, Judite, Elza, Berenice, Oreste e Tarcísio.

João do Prado trabalhava com agricultura, criava gado leiteiro e suínos para abate. Vendia carne, principalmente toucinho, para o armazém do Esmeraldo. Outra fonte importante de trabalho da fazenda era a fábrica de farinha de mandioca e polvilho. Esses produtos eram vendidos para os armazéns do Esmeraldo e do Penido. Vendiam também para o armazém do Elói, em Sarzedo. Os produtos eram levados em carro de boi, quando o dono do armazém não podia buscar.

Quando se tratava de uma carga maior de mercadorias, levavam para vender em Belo Horizonte. Essa viagem era feita em tropas de burros e duravam sete dias (ida e vinda). Durante a viagem faziam uma parada no Tirol, onde arranchavam por uma noite.

Maria Angélica, a “Marquinha do João do Prado” era uma famosa costureira da região. Fazia também linha de algodão na roda de fiar e confeccionava colchas e cobertores juntamente com outras companheiras. Fazia ainda, para vender, farinha de milho, que era muito procurada e apreciada.

Como forma de divertimento naquela época havia forrós que aconteciam tanto na fazenda Quilombo quando na vizinhança. João do Prado tocava sanfona. Marquinha gostava de cantar e até conhecia um pouco de violão. O casal dançava pericialmente a rancheira ganhava espaço nas salas e a apreciação dos demais.

Um fato que também merece destaque foi aquisição de um rádio coisa rara na redondeza. Muitas pessoas reuniam-se à noite na fazenda para ouvirem os programas.

Grandes foi à alegria do casal João e Marquinha ao verem o filho Tarcísio do Prado fazendo sucesso nos programas de rádio mais famosos de Belo Horizonte cantando em dupla com Luiz. A dupla se chama “Bicudo e Tucano” cantavam nas rádios e nos circos. A dupla acabou se desfazendo por motivos pessoais.

Outro momento de grande comemoração foi em 1949, quando foi colocado luz de usina na fazenda. A luz era produzida por gerador movido a água. Houve grande festa e baile a noite toda.

Merecem destaque também as tradicionais festas de São João, que aconteciam na fazenda e eram freqüentadas por toda a vizinhança e parentes da família Prado. Tinha fogueira, canjica, quentão, pipoca e, como sempre, o forró.

Quanto aos estudos dos filhos, houve dificuldade. Os mais velhos não estudaram porque não existiam escolas, e, às vezes, por falta de companhia, porque a escola era longe.

A primeira professora da escola construída em Mário Campos foi trazida por João do Prado e até morou na fazenda Quilombo. Dona Nilda, como era chamada, acabou voltando para casa tempos depois, por problemas de saúde.

Outra coisa importante sobre a vida de João do Prado é lembrar que, por longo período, foi representante do delegado de Betim,em Mário Campos, e tinha autonomia até para prender pessoas.

Colaboração de Rosimar.

Maria Pinto Coleta

“Nasci num lugarejo chamado Mesquita, que pertencia ao arraial de “Capela Nova”, que é hoje a cidade de Betim. Eu nasci no dia 13 de agosto de 1914.

Meus pais trabalhavam na roça, plantando milho, feijão, algodão, fava e quiabo. Fazia melado e rapadura da cana. Meu pai era bom marceneiro. Ele cortava árvores, fazia as tábuas e transformava tudo em portas, janelas e caibros. Construía também engenho para moer cana.

Casei-me com o Quim Henrique, no dia 23 de julho de 1932. O padre que celebrou o nosso casamento foi o Padre Ozório, na Igreja que ficava em Milton Campos, em Betim. Essa igreja já não existe mais. Foi derrubada para dar lugar a uma praça.

Depois do casamento, vim morar na fazenda do meu sogro, o Sr. Joaquim, em Bom Jardim. Passando uns dez meses, nós viemos morar na fazenda do Pinto, em Campo Belo. O Quim construiu o primeiro barracão e só depois é que construiu aquela casa maior, que fica próxima à MG-040, km 36, que hoje pertence ao Sr. Moisés.

Quando vim morar aqui, o nome do lugar era “Parada de Carlos Chagas”. Naquela época, tinha poucas casas, esses bairros atuais e o centro de Mário Campos era quase tudo mato. Tinha uma estrada que ia lá para os lados de Brumadinho e Belo Horizonte e outra que ia para a Colônia Santa Isabel.

Os moradores que eu lembro que existiam era o Júlio do Prado, que morava na Reta do Jacaré, e o Antônio Quirino, o pai doOrácio. A casa dele era beirando o rio Paraopeba, perto do Jacaré. Tinha a Neca da Manga, também na Reta. Perto da ponte, tinha a vendinha do Eugênio. Tinha também a venda do Antônio Faria, que ficava no mesmo lugar onde depois o Manoel Sampaio fez o armazém (Casarão).

O primeiro loteamento foi nos lotes do centro de Mário Campos, feito pelo Sr. Jordano.

Na fazenda onde morávamos a gente plantava milho, arroz, feijão, etc. Tinha e tem ainda muitos pés de jabuticaba. O QuimHenrique era um homem trabalhador, fazia de tudo; era carpinteiro, lavrador, marceneiro, mecânico, feirante e motorista. Foi muito bom pai, zeloso com relação aos estudos de nossos filhos. Nunca deixou faltar-lhes nenhum material e acompanhava o desenvolvimento deles nos estudos.

De certa forma deu sua contribuição para a educação de Mário Campos. Durante vários anos a Escola Estadual, com apenas duas salas, não atendia toda a demanda. O Quim construiu uma sala com instalação sanitária e alugou para o estado. Muitos moradores de Mário Campos estudaram nesta sala”.

Cecília Cardoso Fontes

Seus pais eram José Cardoso de Moura e Maria José Cardoso.

“Nasci em Sarzedo, em 26 de abril de 1917, e morei em Sarzedo até casar-me, em 20 de julho de 1935.

Vim morar na Colônia Santa Isabel, na parte da saúde. Naquela época, em Mário Campos, havia pouca casa, lá em baixo tinha oPreventório. Aqui onde hoje é o centro, tinha uma pequena venda feita de adobe, que pertencia ao Sr. Antônio Faria; havia alguns moradores na Reta do Jacaré e as casa de turma da central. O resto era tudo fazenda.

Mais tarde construímos uma casa no sítio que ficava próximo ao portão da entrada da colônia. Meu esposo, Geraldo da Silva Fontes, natural de Rio Casca, era funcionário público e trabalhava na administração da Colônia Santa Isabel. Tivemos 14 filhos. Mudamos para a casa de Mário Campos em 1959, mas, antes, já lidávamos muito por aqui. O armazém foi construído pelo Manoel Sampaio, entre 1938 a 1940. Não me lembro qual comércio que foi construído primeiro: se foi o do Sr. Manoel Sampaio ou do Sr. Penido, A venda do lado de baixo da linha. Só lembro que em 1940 o armazém do Sr. Manoel Sampaio era o mais sortido que havia aqui em Mário Campos. Tinha de tudo que as pessoas procuravam.

As atividades de trabalho eram variadas. Onde havia mais gente empregada era na linha da estrada de ferro Central do Brasil, noPreventório e na Colônia Santa Isabel.

O povo na roça fazia farinha de mandioca, rapadura, fubá e polvilho para vender fora da cidade. Também vendia lenha, ovos e cachaça. A vida em Mário Campos era tranqüila, tinha muita gente boa. Tinha aquelas famílias que faziam muitos bailes no final de semana, em casa.

O tempo passado foi uma época muito difícil, tinha poucos meios de transporte. As estradas eram de terra e a poeira coloria tudo o que ficava às margens. A gente andava muito a pé.

Eu gosto muito de Mário Campos, não nasci aqui, mas me considero daqui. Mário Campos hoje está bom demais; faltam muitas coisas para melhorar, como a rede de esgoto e pavimentação das ruas. Mas tudo o que já foi feito à gente sabe que houve empenho e boa vontade do prefeito. A cidade praticamente nasceu ontem, e o povo deve reconhecer e esperar, que as melhorias vão chegando as poucos.

A emancipação foi um grande avanço na história deste lugar, que estava abandonado pelos políticos de Ibirité. Eles não tinham interesse em fazer nada pra gente; mas o povo entendeu que era hora de a gente construir o nosso próprio caminho.

Tenho certeza de que, se não tivéssemos emancipado, a situação de Mário Campos hoje seria pior para todas nós.

Entrevistada em 14/11/98.

Antônio Gonçalves

“Nasci em Lagoa Santa, aos 04 de março de 1915. Casei-me com a Luíza, em 1936. Vim morar em Mário Campos em 1943. Quando vim para cá já trabalhava na Centra do Brasil. Conheci Mário Campos com o Preventório funcionando, o comércio do Sr. Manoel Sampaio e do Esmeraldo Andrade onde hoje é o casarão.

Naquele tempo aqui já chamava Mário Campos e eu penso que o nome foi dado por homenagem ao engenheiro da rede ferroviária.

Em 1943, já havia a estação de trens para embarque e desembarque de mercadorias e passageiros. Os doentes (leprosos) da Colônia viajavam de trem. Tinha um carro do trem separado para eles. O dinheiro que era recebido deles tanto na estação como no comércio era desinfetado numa estufa. Todos tinham medo de pegar a doença, porque ainda não tinha sido descoberto a cura para a doença.

O armazém Sampaio era uma venda muito sortida eles vendiam mercadorias para a Colônia Santa Isabel. Levavam as mercadorias numa caminhonete para entregar lá na Colônia. Eu mesmo ajudei muito a descarregar mercadorias.

Trabalhei 35 anos na rede ferroviária. Houve uma época em que a rede era muito movimentada. Tinha muitos empregados morando aqui. Os trens de passageiros foram, durante muitos anos, a única opção para condução dos moradores.

Lembro-me ainda de muitos companheiros de trabalho, como o Sr. Américo de Freitas, João Ferreira, Antônio Tibau, José da Rocha e outros”.

Entrevistado em 16/11/98.

Fim

Mário Campos foto SkyscraperCity InconfidenteLagoa de Mario Campos foto Renato De Sarzedo
Praça da Matriz-Foto:montanhaMário Campos foto SkyscraperCity Inconfidente
Praça da Matriz-Foto:montanha