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domingo, 29 de setembro de 2013

A construção de Conceitos Matemáticos por alunos da EDUCAÇÃO INFANTIL.

Publicado em Artigo, Educação, Educação Infantil, Matemática, PDF por Pedagogia ao Pé da Letra no dia 18 de agosto de 2013. Link:http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/posts/a-construcao-de-conceitos-matematicos-por-alunos-da-educacao-infantil/ A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS POR ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL O papel da Educação Infantil hoje é de cunho pedagógico. As crianças até 6 anos não freqüentam a escola apenas para brincar ou se socializar. Elas estão nesta faixa etária construindo conceitos. No início são pré-conceitos, indícios. Gradativamente vão sendo construídos conceitos lógico-matemáticos. A construção do conceito de número, por exemplo, começa muito antes da entrada na escola. Desde que em sua casa, nas relações cotidianas, a criança tem oportunidade de lidar com situações que envolvam ordenação, seriação, classificação, já estará se iniciando a construção deste conceito. Caberá, desde a Educação Infantil, organizar experiências que privilegiem a formação de diferentes conceitos. Através de jogos e brincadeiras vão se estruturando experiências que levarão à construção dos conceitos de tempo, espaço, distância, limites, entre outros. Auxiliando os alunos na formação de conceitos matemáticos e na construção do conceito de número o professor não ensina conceitos aos alunos, ele os ajuda a construí-los. Um bom exemplo disto é o da construção do conceito de número, que envolve a conservação de quantidades. Uma criança pode ser auxiliada até chegar à construção do conceito de conservação de quantidades, porém não se pode ensinar esta conservação. Para que a criança construa o conceito de número, que é um conceito complexo, é preciso que o professor lhe ofereça inúmeras atividades de classificação, seriação, ordenação de quantidades. Só a partir de experiências relevantes e dosadas para a criança é que ela poderá abstrair características comuns que a levem a formar determinados conceitos. Deve-se respeitar o rítmo da criança sem, contudo, ficar apenas esperando que ela construa os conceitos. Para ajudar a construir o conceito de número, por exemplo, que é um conceito lógico-matemático, deve-se propiciar experiências em diferentes graus de complexidade, isto porque, este é um conceito cuja construção demanda tempo e envolve várias gradações: números naturais, racionais, negativos, reais, complexos. As fases porque passam a construção e compreensão de um conceito matemático A construção e compreensão de um conceito matemático passa por duas fases. Em primeiro lugar, ele deveria ser utilizado como ferramenta em um contexto bem definido, ou seja deveria ser abordado como algo que ajuda a resolver um problema. Em segundo lugar, após ter sido utilizado como ferramenta contextualizada, o conceito precisa ser descontextualizado, adquirindo status de saber matemático abstrato e independente. Paradoxalmente, esta abstração é que faz com que ele possa ser utilizado em outros contextos, voltando a ser uma ferramenta. O ensino da Matemática deve partir sempre de problemas que fazem sentido para o aluno, nos quais ele possa perceber o funcionamento de ferramentas matemáticas e o efeito que elas têm sobre a resolução destes problemas. Inicialmente devem ser vivenciadas experiências concretas para que, gradativamente, o aluno possa chegar às abstrações. Material concreto como bolas, palitos, fichas, chapinhas devem estar à disposição dos alunos para serem manipulados. Uma abstração crescente, até chegar-se ao conceito matemático puro, sem ligações com a aplicação ou a realidade, deve ser cuidadosamente dosada, de acordo com o nível de compreensão dos alunos. Em seguida, deve-se realizar uma volta a situações “concretas” em que o conceito possa ser explorado. A capacidade de reconhecer, em situações novas, conceitos descontextualizados é o teste real da compreensão de um conceito matemático. Desta forma deve-se lidar com situações do cotidiano, utilizar material concreto, caminhar em direção aos conceitos matemáticos de forma abstrata, voltar a situações concretas onde os mesmos possam ser aplicados, reconhecendo em novas situações conceitos descontextualizados. O uso da linguagem matemática pelos alunos Deve-se entender o uso da linguagem matemática fazendo-se uma analogia desta com a Língua Portuguesa.Quando as crianças começam a se expressar usando sua própria língua fazem construções aparentemente ilógicas como “eu faz, eu di“. Ao procurar uma relação lógica no uso dos verbos, tentanto regularizar os verbos irregulares, a criança comete erros já que a língua possui sua própria organização, nem sempre muito lógica. Gradativamente, as crianças passam a dominar a organização da língua materna, sem necessidade de correção. O próprio contato com a língua favorece seu uso adequado. Da mesma forma o uso correta da Gramática da Matemática será adquirido pelo aluno a partir do contato com esta linguagem. Não se deve exigir muito cedo que a criança domine a simbologia e a linguagem específica da Matemática. Tanto quanto no domínio da língua materna será preciso que se deixem as crianças utilizarem seu modo de expressão inicial oferecendo-se oportunidades para que mantenham contato com a linguagem correta. O papel dos livros didáticos no ensino da Matemática No Brasil, há muito tempo os livros didáticos vêm sendo questionados. Normalmente, em sua maioria, os livros didáticos, na área de Matemática, vêem o aluno passivamente, como simples repetidor de modelos. Muitas vezes, determinados capítulos destes livros discutem conceitos desnecessários, sem relação uns com os outros. Um bom exemplo disto é o capítulo dedicado à Teoria dos Conjuntos, presente em todos os livros iniciais de Matemática, como um capítulo estanque da chamada “Matemática Moderna” . Todos os livros didáticos incorporaram este tema sem, no entanto, relacioná-lo a outros conceitos. Há uma enorme necessidade de renovação dos livros didáticos em Matemática, modificando-se a organização deles e até revendo-se conceitos ensinados de forma errônea. O papel da TV, dos vídeos e dos computadores no auxílio ao professor de Matemática e vice-versa. A escola precisa incorporar as novas tecnologias que estão surgindo. A televisão e o vídeo, hoje, são muito importantes na vida de crianças e adolescentes. É necessário, para que a escola entre em sintonia com seu tempo, que estes recursos sejam melhor aproveitados já que podem contribuir, e muito, para o ensino da Matemática. A imagem tem um grande poder de sedução sobre os jovens e as crianças e pode ser usada, sob diferentes formas, inclusive, em movimentos de computação gráfica. A televisão, os vídeos e o computador podem apresentar de forma integrada um trabalho de imagens que venha facilitar a construção de conceitos matemáticos. Problemas do cotidiano, desafios matemáticos que precisam ser vencidos, podem ser apresentados sob a forma de imagens em movimento. O mundo mágico das imagens de TV, vídeo e computador podem ser instrumentos valiosos para auxiliar os professores em seu trabalho com os alunos. Funções, relações, gráficos podem ser melhor compreendidos com o uso da computação. A própria Geometria, (os movimentos das figuras, a comparação entre elas), se torna mais clara com o uso de imagens. Este trabalho, quando bem realizado, leva os alunos à descoberta de regras sem necessidade de memorização. Embora, sem dúvida, o trabalho com as novas tecnologias facilite o trabalho do professor não há possibilidade de substituí-lo. Ao contrário, quanto mais as máquinas se desenvolvem mais necessária se torna a figura do professor que cada dia mais terá que se preocupar com o desafios que deve lançar aos alunos para que estes se apropriem dos conceitos matemáticos. É preciso ensinar a pensar, analisar, já que as máquinas podem rapidamente realizar diferentes operações.

domingo, 30 de setembro de 2012

DIDÁTICA

O termo didática foi instituído por Comenius (Jan Amos Komensky) em sua obra Didática Magna (1657), e originalmente significa “arte de ensinar”. Durante séculos, a didática foi entendida como técnicas e métodos de ensino, sendo a parte da pedagogia que respondia somente por “como” ensinar. Os manuais de didática traziam detalhes sobre como os professores deveriam se portar em sala de aula. Tradicionalmente, os elementos da ação didática são: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégias metodológicas. Com o estudo dos paradigmas educacionais nos cursos de pedagogia e de formação de professores, amplia-se o conhecimento em relação à didática. Em cada tendência pedagógica diferem visão de homem e de mundo e modifica-se a finalidade da educação, mudam o papel do professor, do aluno, a metodologia, a avaliação, e, consequentemente, muda-se a forma de ensinar. Atualmente, a didática é uma área da Pedagogia, uma das matérias fundamentais na formação dos professores, denominada por Libâneo (1990, p. 25) como “teoria do ensino” por investigar os fundamentos, as condições e as formas de realização do ensino. Segundo Libâneo (1990): a ela cabe converter objetivos sócio-políticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. [...] trata da teoria geral do ensino (p. 26). A disciplina de didática deve desenvolver a capacidade crítica dos professores em formação para que os mesmos analisem de forma clara a realidade do ensino. Articular os conhecimentos adquiridos sobre o “como” ensinar e refletir sobre “para quem” ensinar, “o que” ensinar e o “por que” ensinar é um dos desafios da didática. Segundo Libâneo (1990), a didática é: uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo de ensino através de seus componentes – os conteúdos escolares, o ensino e aprendizagem – para, com o embasamento numa teoria da educação formular diretrizes orientadoras da atividade profissional dos professores. Esse mesmo autor indica que a didática “investiga as condições e formas que vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais (sociais, políticos, culturais, psicossociais) condicionantes das relações entre docência e aprendizagem” (p. 52). A didática, fundamentada na dialética, é um campo em constante construção/reconstrução, de uma práxis que não tem como objetivo ficar pronta e acabada. Fontes: LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1990. C. Borges; D. Hunger & S. Souza Neto. Conceitos de didática: depoimentos de docentes universitários da área de Educação Física. Motriz, Rio Claro, v.15, n.2, p.228-235, abr./jun. 2009 Por Thais Pacievitch http://www.infoescola.com/pedagogia/didatica/

PORQUE ESTUDAR HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO?

É possível que esta pergunta já tenha sido diversas vezes pronunciada entre os estudantes e professores dos diversos cursos ligados à formação do professor. Afinal, em que o estudo da história estaria a contribuir na formação do futuro professor? Haveria realmente espaço e necessidade de uma disciplina específica para estudos desta natureza? Este site surgiu para auxiliar e argumentar sobre a importância dessa disciplina na formação de professores. Objetivando levar o acadêmico a compreender a educação ao longo do tempo, contemplando suas especificidades e alterações. É por meio da reflexão sobre a educação no passado – sua origem, sua finalidade, seus conteúdos e sua organização que o indivíduo consegue compreender a educação atual e contribuir de forma eficaz para o desenvolvimento de um sistema educacional mais voltado para a realização humana onde possamos desenvolver escola cidadã. http://welingtoneduca.wordpress.com/2010/01/23/porque-temos-que-estudar-historia/

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Emilia Ferreiro

Emilia Ferreiro, a estudiosa que revolucionou a alfabetização
A psicolinguista argentina desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever, o que levou os educadores a rever radicalmente seus métodos.
Nenhum nome teve mais influência sobre a educação brasileira nos últimos 30 anos do que o da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro. A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando as próprias normas do governo para a área, expressas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. As obras de Emilia - Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante - não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. "A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro", diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolinguista. Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança - ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método.Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento - daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola - e da alfabetização em particular - do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. "Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender", diz Telma Weisz. "Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes."O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual corresponde aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma reacomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo. É por utilizar esses esquemas internos, e não simplesmente repetir o que ouvem, que as crianças interpretam o ensino recebido. No caso da alfabetização isso implica uma transformação da escrita convencional dos adultos Para o construtivismo, nada mais revelador do funcionamento da mente de um aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele "releu" o conteúdo aprendido. O que as crianças aprendem não coincide com aquilo que lhes foi ensinado.
Compreensão do conteúdo

Com base nesses pressupostos, Emilia Ferreiro critica a alfabetização tradicional, porque julga a prontidão das crianças para o aprendizado da leitura e da escrita por meio de avaliações de percepção (capacidade de discriminar sons e sinais, por exemplo) e de motricidade (coordenação, orientação espacial etc.). Dessa forma, dá-se peso excessivo para um aspecto exterior da escrita (saber desenhar as letras) e deixa-se de lado suas características conceituais, ou seja, a compreensão da natureza da escrita e sua organização. Para os construtivistas, o aprendizado da alfabetização não ocorre desligado do conteúdo da escrita.
É por não levar em conta o ponto mais importante da alfabetização que os métodos tradicionais insistem em introduzir os alunos à leitura com palavras aparentemente simples e sonoras (como babá, bebê, papa), mas que, do ponto de vista da assimilação das crianças, simplesmente não se ligam a nada. Segundo o mesmo raciocínio equivocado, o contato da criança com a organização da escrita é adiado para quando ela já for capaz de ler as palavras isoladas, embora as relações que ela estabelece com os textos inteiros sejam enriquecedoras desde o início.
Segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida.

Sala de aula vira ambiente alfabetizador

Uma das principais consequências da absorção da obra de Emilia Ferreiro na alfabetização é a recusa ao uso das cartilhas, uma espécie de bandeira que a psicolinguista argentina ergue. Segundo ela, a compreensão da função social da escrita deve ser estimulada com o uso de textos de atualidade, livros, histórias, jornais, revistas. Para a psicolinguista, as cartilhas, ao contrário, oferecem um universo artificial e desinteressante. Em compensação, numa proposta construtivista de ensino, a sala de aula se transforma totalmente, criando-se o que se chama de ambiente alfabetizador.
Idéias que o Brasil adotou
As pesquisas de Emilia Ferreiro e o termo construtivismo começaram a ser divulgados no Brasil no início da década de 1980. As informações chegaram primeiro ao ambiente de congressos e simpósios de educadores. O livro-chave de Emilia, Psicogênese da Língua Escrita, saiu em edição brasileira em 1984. As descobertas que ele apresenta tornaram-se assunto obrigatório nos meios pedagógicos e se espalharam pelo Brasil com rapidez, a ponto de a própria autora manifestar sua preocupação quanto à forma como o construtivismo estava sendo encarado e transposto para a sala de aula. Mas o construtivismo mostrou sua influência duradoura ao ser adotado pelas políticas oficiais de vários estados brasileiros. Uma das experiências mais abrangentes se deu no Rio Grande do Sul, onde a Secretaria Estadual de Educação criou um Laboratório de Alfabetização inspirado nas descobertas de Emilia Ferreiro. Hoje o construtivismo é a fonte da qual derivam várias das diretrizes oficiais do Ministério da Educação. Segundo afirma a educadora Telma Weisz na apresentação de uma das reedições de Psicogênese da Língua Escrita, "a mudança da compreensão do processo pelo qual se aprende a ler e a escrever afetou todo o ensino da língua", produzindo "experimentação pedagógica suficiente para construir, a partir dela, uma didática".
Biografia

Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética (uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança) ela continuou, estudando um campo que o mestre não havia explorado: a escrita. A partir de 1974, Emilia desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979. Emilia é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora. Além da atividade de professora - que exerce também viajando pelo mundo, incluindo frequentes visitas ao Brasil -, a psicolinguista está à frente do site
www.chicosyescritores.org, em que estudantes escrevem em parceria com autores consagrados e publicam os próprios textos.